Atividades Domiciliares
de Promoção ao Aleitamento Materno
Agente Comunitário de Saúde – uma rede de apoio
Autoria: Sônia Bechara Coutinho
1. Introdução
A atenção à saúde da criança representa uma das áreas prioritárias para o agente comunitário no exercício das suas atividades profissionais e o incentivo ao aleitamento materno
constitui-se uma atividade fundamental na política de redução de morbimortalidade infantil estabelecida para a cidade do Recife.
O aleitamento materno é ideal para o bebê não só por ser um alimento completo que contribui
para sua saúde e para o seu desenvolvimento, mas também pelo vínculo afetivo que gera entre
a criança e a mãe. À medida que suas vantagens se tornam cada vez mais ampliadas e conhecidas impõe-se como alimento ideal para a criança nos primeiros meses de vida.
A maioria das mulheres precisa de apoio para iniciar e manter a amamentação, sobretudo,
após a alta da maternidade. A orientação do profissional de saúde, portanto, é muito necessária. As preocupações com o trabalho e a família, a ampla oferta e propagandas de leite
em pó, a insegurança no ganho de peso do bebê e os mitos existentes podem ser razões para
a mulher deixar de amamentar.
Atuando na prestação de serviços domiciliares o agente comunitário é de uma relevância,
dentro do sistema de saúde, inquestionável. Representa um importante elo entre o serviço
e a comunidade. Assim sendo, tem maiores oportunidades de contribuir no apoio e incentivo ao aleitamento, aumentando a adesão à prática, retardando o desmame e melhorando,
portanto, a saúde e a qualidade de vida da mãe e do bebê.
Quanto maior o vínculo deste profissional com a família, maiores serão os resultados positivos esperados.
2. A visita domiciliar
As ações de incentivo ao aleitamento materno devem iniciar ainda no pré-natal. As visitas domiciliares na gestação terão como objetivo primordial enfatizar a importância da
alimentação ao seio para a mãe e o bebê nos aspectos nutricional, econômico, protetor e
psicoafetivo, bem como preparar as mamas da gestante para a lactação (uso adequado de
sutiã, exposição diária ao sol, etc) e ajudá-la na superação das dificuldades na prática da
amamentação. Lembrar que a decisão da mulher de amamentar ou não deverá ser sempre
respeitada.
2.1. Orientações comuns a todas as Visitas Domiciliares
Nas visitas domiciliares, devem ser avaliados: a posição e pega ao seio, fluxo de leite, ambiente familiar com relação à amamentação e o apoio da família.
Em todas as visitas deve ser enfatizado o estímulo ao aleitamento materno exclusivo, durante os seis primeiros meses de vida (sem água, chá, suco e outros alimentos). Esclarecer as dúvidas, fornecer ajuda nas dificuldades na amamentação e orientar quanto a não
utilização de mamadeiras, chupetas e outros alimentos. No caso de surgirem dificuldades
devido a aplicação incorreta da técnica da amamentação, que os agentes comunitários de
saúde não possam resolver, as mães devem ser encaminhadas para tratamento especializado. Nestas visitas, lembrar a importância do apoio dos familiares nas tarefas domésticas,
durante o período do aleitamento materno.
2.2. Cronograma das Visitas – aspectos a serem observados
2.2.1. Primeira Visita (em torno do 3º dia): valorizar a importância do colostro, observar o
aspecto e números de evacuações, orientar a prevenção de cólicas do bebê, os cui-
Aleitamento Materno - da visita domiciliar ao banco de leite humano
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