Boletim Informativo OAB Lapa Edição 12 - Dezembro 2016

B o l e t i m Dezembro / 2016 Ano 1 - Edição 12 Informativo Palavra do Presidente O que nos espera em 2017 Pelo que vimos acontecer no ano de 2016, não é difícil fazer um prognóstico do que devem ser os desafios para 2017. Observamos o (1) aumento das reclamações de todo gênero, acarretando a divulgação de notícias falsas ou mal avaliadas, inclusive de natureza jurídica; (2) a queda de credibilidade do governo, acompanhada da incompetência do Brasil estatal e de crise econômica e (3) a falta de ética nas relações humanas, para não alongar demais o rol. 1. Num ambiente de corrupção e de péssima relação entre tributos pagos e serviços públicos recebidos, é mais do que natural que haja reclamação. Aliás, esta é uma novidade que surge em nosso país, sempre tão acostumado a ser "passado para trás", o exagero dos males acima relatados tem convencido os cidadãos a pleitearem seus direitos e o cumprimento dos deveres pela classe política. 2. Outra consequência da incompetência da classe política - como um todo, porém sem generalizar - é a queda vertiginosa da confiança, que ocasionou a crise econômica deflagrada nos últimos anos. Quando falamos do Brasil estatal, criamos uma contraposição ao Brasil privado, o qual empreende, trabalha, arrisca, sofre, paga a conta e é tão maltratado, enquanto a massa do funcionalismo público, o Brasil estatal - em suas lideranças, mas, sem generalizar novamente - regozija-se com suas aposentadorias privilegiadas, pugna por aumentos de vencimentos em época de crise, gasta sem nenhuma preocupação com os limites do bom senso, buscando ignorar o desemprego, o achatamento salarial, a estagnação econômica etc. O Brasil estatal parece confiar demais em sua posição, a ponto de desafiar as mais comezinhas regras morais de igualdade, equidade e justiça, ignorando a situação delicada do restante do país. 3. A falta de ética relatada, que na verdade, deveria ter vindo em primeiro lugar, pois, configura mal que gera outros males, é questão prejudicial, como diz o direito, a qual, se solucionada, tende a resolver as demais que lhe são subjacentes. Refiro- me à visão geral das pessoas, hoje, de que o objetivo da vida seja enriquecer. O excesso de prática nas coisas, sem reflexão, sem a racional análise do comportamento ético, tem trazido a noção de que tudo é possível para se alcançar o único sucesso que existe: ganhar dinheiro! Novidade ou não, o que nos espera em 2017 não tem sido enfrentado por nós advogados e, portanto, merece meditação a respeito. 1. Reivindicar é preciso, mas murmurar não! O excesso de ânimos, que por vezes descamba para a rebeldia, conduz muitas pessoas a divulgar notícias falsas ou mal avaliadas nas mídias sociais. Temos visto colegas repassando mensagens questionando por que as famílias dos presidiários mortos em Manaus receberiam indenização e as vítimas daqueles não. É uma questão de natureza jurídica da relação. O Estado tem a custódia do preso e, por isso, responde por sua culpa em não resguardar a vida do mesmo. Já a vítima de crime não está sob a custódia do Estado, não havendo, portanto, obrigação de indenizar. O advogado, ao repassar este tipo de mensagem, não está atento ao compromisso profissional feito de defender a Constituição, a ordem jurídica, os direitos humanos e a boa aplicação das leis. O advogado não se pode deixar levar por comentários apaixonados, com aparente equidade, mas que camuflam a rebeldia, (continua na página 2)