Camões, IP edita “Caravelas de Papel”, tese
vencedora do Prémio Fernão Mendes Pinto 2010
A
tese de doutoramento “Caravelas de Papel. A política
editorial do Acordo Cultural de 1941 e o pan-lusitanismo (1941-1949) ”, de Gisella de Amorim Serrano,
vencedora da 3ª edição do Prémio Fernão Mendes Pinto,
acaba de ser editada pelo Camões, Instituto da Cooperação
e da Língua (IP). Trata-se de uma investigação desenvolvida
ao abrigo de uma bolsa concedida pelo Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, Brasil, orientada pela Professora Eliana Regina de Freitas Dutra, e que se enquadra na área temática de História do Brasil
República.
O trabalho foi defendido em 2009, no âmbito do programa de pós-graduação em História da Faculdade de Filosofia
e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Minas Gerais. O Prémio Fernão Mendes Pinto é atribuído anualmente
desde 2008 pela Associação das Universidades de Língua
Portuguesa (AULP), destinando-se a galardoar uma dissertação de mestrado ou doutoramento que contribua para a
aproximação das comunidades de língua portuguesa e que
explicite relações entre comunidades de, pelo menos, dois
países.
A distinção compreende um valor pecuniário atribuído
numa parceria conjunta entre a AULP e a Comunidade de
Países Língua Portuguesa (CPLP), bem como a edição da
tese, a realizar pelo Camões, IP. Em “Caravelas de Papel. A
Política editorial do Acordo Cultural de 1941 e o pan-lusitanismo (1941-1949), a autora analisa a política editorial implementada ao abrigo do Acordo Cultural de 1941 entre Brasil
e Portugal. O referido Acordo, assinado pelo Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP), no Brasil, e o Secretariado
de Propaganda Nacional (SPN), em Portugal, fez progredir o
lastro de material impresso, designadamente revistas, séries
e coleções. De acordo com a autora, esse Acordo constitui
um dos desdobramentos da ‘Política do Atlântico’, organizada no interior da estratégia de propaganda e afirmação
nacional do governo de Salazar, isto é, a partir de uma conceção política ‘panlusitanista’.
Sob o imperativo do Acordo Cultural, foram impressas
inúmeras edições que deram visibilidade ao projeto político
luso-brasileiro firmado. Nessas revistas, coleções e seriados regista-se a colaboração de artistas e intelectuais portugueses e brasileiros, revelando-se assim parte da dinâmica da
relação Brasil-Portugal naquela época.
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