BOLETIM BIBLIO ESJAC ABRIL 2016 n.º 18, abril 2016 | Page 2
Cota ESJAC: 33 TOR
O livro de José Matos Torres, Não temos de ser alemães, observa
de forma acutilante o atual estado da economia portuguesa,
nomeadamente no que respeita à enorme dívida pública, associada a
um baixo crescimento económico, com consequências inevitáveis nos
níveis de desenvolvimento de Portugal.
Crítica o papel do Estado que, segundo o autor, não se deve sujeitar
ao papel de mero espetador das políticas internacionais, desenhadas,
sobretudo, no norte da Europa, mas antes deve constituir um vetor essencial nas
reformas estruturantes e na prossecução do crescimento económico do país.
Os estados soberanos de países periféricos, como Portugal, devem impor-se
naquilo que são os desígnios do verdadeiro desenvolvimento económico e social,
rejeitando fórmulas simplistas de contenção orçamental, rejeitando a precarização do
trabalho, rejeitando a sujeição absoluta aos mecanismos de mercado, encontrando,
assim, políticas de sustentabilidade que deverão assegurar um projeto de
estabilidade económica em que a justiça social seja um princípio inalienável.
Livro comprado com o prémio do concurso Young Business Talents 2013/2014.
Dulce Vilhena (Professora de Economia)
GEORGE E SETA DESPEDIDA
de Maria Judite de Carvalho
Ano de edição: 2015
Páginas: 48 p.
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-72840-1
Coleção: Educação Literária
Cota ESJAC: 83 CAR
Maria Judite Carvalho publicou em 1995 o seu último livro Seta Despedida, embora
haja mais três obras póstumas. Esta obra, que contém doze contos, valoriza, na
perfeição, a esperança de vencer a efemeridade do tempo. Escrita de forma sóbria e
ao mesmo tempo densa, ilustra como nunca a fragilidade da condição humana.
“George” é um conto em destaque, já que figura no título da obra e é um texto de
leitura obrigatória no novo Programa e Metas Curriculares de Português, 12.º ano, em
opção com o conto “Sempre é uma companhia” de Manuel da Fonseca
Este conto obriga o leitor a refletir sobre a vida e sobre a condição humana.
George, a personagem principal, sofre um processo de degeneração, perde a sua
identidade. Afinal, "George" é o grito de "uma voz estrangulada".
Paula Pereira (Professora de Português)
O LIVRO DO RISO E DO ESQUECIMENTO
de Milan Kundera
Ano de edição: 2015
Páginas: 237 p.
Editora: Dom Quixote
ISBN: 978-972-20-5822-3
COTA ESJAC: 85 KUN
Kundera é um romancista realista e metafísico, de um realismo e de uma metafísica
extenuados e dolorosos e, por essa razão, capaz de lampejos, de intuições penosas,
de aparições escaldantes, de centelha e de espasmos. Esta obra é uma narrativa
entrecortada de erotismo e imagens oníricas em que o autor lança um olhar perspicaz
e amargo sobre o quotidiano da República Checa após a invasão russa de 1968. As
desilusões da juventude, a desorientação dos intelectuais, a prepotência dos líderes
políticos, tudo converge para o esquecimento, imposto ou voluntário, individual ou
coletivo.
Fernanda Lopes (Professora de Geografia)