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Abril de 2020 - A BOA NOTÍCIA
CNBB
Lançada Ação
Solidária
Emergencial da
Igreja no Brasil
No Domingo de Páscoa, 12 de
abril, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) deu início à
Ação Solidária Emergencial da Igreja
no Brasil, uma ação nacional que tem
como lema ‘É tempo de cuidar’ para
estimular a solidariedade, a começar
pela arrecadação de alimentos,
produtos de higiene e limpeza. Além
de incentivar a ajuda material às
pessoas, também quer promover o
cuidado no campo religioso, humano
e emocional. Assim, a CNBB se une
a diversas campanhas e projetos de
solidariedade que já estão em curso
pelo país.
A Cáritas Brasileira, organismo
da CNBB, está atuando para orientar
arquidioceses, dioceses, paróquias
e comunidades a respeito dos
protocolos de segurança para que as
doações sejam recebidas e entregues
de maneira adequada às pessoas e
famílias necessitadas, neste momento
de risco de contaminação pelo
coronavírus.
O material com as orientações
sobre a organização da Ação Solidária
Emergencial da Igreja no Brasil, bem
como os materiais de divulgação, está
disponível aqui no portal: cnbb.org.br
e no site: caritas.org.br.
PALAVRA DA IGREJA
A voz do Papa
Papa Francisco pede solidariedade e união
para enfrentar a pandemia
Sumo pontífice celebrou a Missa do Domingo de Páscoa, na Basílica São Pedro, sem a presença de fiéis
Olhando para as regiões que neste
momento mais sofrem, o Papa falou
da Europa, uma das mais afetadas
pelo coronavírus. O continente
se recuperou depois da II Guerra
Mundial graças à solidariedade, e que
seja este o sentimento que prevaleça
agora, e não o ressurgimento de
antigas rivalidades.
Francisco voltou a pedir a adesão
ao apelo a um cessar-fogo global e
imediato de todos os conflitos e
repetiu a exortação feita na vigília
pascal: “Este não é tempo para
continuar a fabricar e comercializar
armas, gastando somas enormes que
deveriam ser usadas para cuidar das
pessoas e salvar vidas.”
Antes de conceder a bênção Urbi
et Orbi, o Papa Francisco concluiu
com mais um convite à coragem, a
olhar além, para que a humanidade
dissipe as trevas que pairam sobre si:
“Palavras como indiferença,
egoísmo, divisão, esquecimento
não são as que queremos ouvir neste
tempo. Mais, queremos bani-las de
todos os tempos! Essas palavras
prevalecem quando em nós vencem
o medo e a morte, isto é, quando
não deixamos o Senhor Jesus
vencer no nosso coração e na
nossa vida. Ele, que já derrotou
a morte abrindo-nos a senda da
salvação eterna, dissipe as trevas
da nossa pobre humanidade e
introduza-nos no seu dia glorioso,
que não conhece ocaso.”
A voz do Pastor
O Senhor nos conduz ao deserto
O Senhor levou seu povo ao deserto
(Dt 8,2). Para formar e corrigir seu
povo, o Senhor o tirou da escravidão
do Egito e o levou pelo deserto até
a terra prometida. Também levou a
humanidade para o deserto ao qual nos
reduziu esta pandemia. É momento de
muita reflexão e oração. Estamos em
casa, isolados e o momento propicia
conversão.
Deus também corrigia o seu
povo, permitindo que sofresse as
consequências de seus pecados. Com
tecnologia poderosa, inteligência
artificial, o homem caiu na tentação
de fazer-se Deus para dispensar
Deus e sua lei suprema do amor. O
problema não é ser igual a Deus.
Ele mesmo nos criou à sua imagem
e semelhança. O problema é querer
ser Deus sem Deus. Não dá certo. O
profeta Jeremias lamenta a situação
de seu povo: “Os meus olhos noite e
dia, chorem lágrimas sem fim, pois
sofreu um golpe horrível, foi ferida
gravemente a virgem filha do meu
povo. Se eu saio pelos campos eis
os mortos à espera” (Jr 17-18). Dura
lamentação que serve para hoje.
Deve-se levar a sério a situação.
As consequências são terríveis em
Bispo Diocesano: Dom Pedro Carlos Cipollini
Jornalista Responsável:
Fábio Sales - MTB: 59.663/SP
Conselho Editorial:
Dom Pedro Carlos Cipollini, Pe. Tiago Silva,
Pe. Marcos Vinicius, Maria Tereza, Camila
número de mortes. Serão maiores
com a depressão que se anuncia:
privação material gravíssima! É
preciso acreditar na ciência e ver
a partir da realidade dos fatos.
Precisamos repensar a sociedade que
temos e fazer surgir uma nova após
este desastre. Apenas uma minoria
de privilegiados possui mais de dois
terços da riqueza do país. Há uma
constituição boa, Sistema Único de
Saúde (SUS) dos melhores, um povo
trabalhador, de boa índole, mas o
egoísmo e ganância que existem no
mundo todo, aqui superam os limites
toleráveis. A injustiça é estrutural.
É preciso mudar. A mentalidade
escravocrata está viva. É a visão do
pais dividido em dois: o andar de
cima pode tudo, tem direito a tudo, o
andar de baixo nada pode e não tem
direito, a não ser as migalhas que
alimenta o povo, para terem forças
de servir o andar de cima. O falso
dilema entre preservar a vida humana
e a economia de mercado deve ser
superado. A vida vem primeiro, o ser
vem primeiro que o fazer.
A Palavra de Deus chama à
conversão. A maior exigência é
a união, colaboração e empenho
Vitor, Felipe Ribeiro e Fábio Sales.
Revisão e Capa: Departamento de
Comunicação da Diocese de Santo André
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica:
Departamento de Comunicação da
Diocese de Santo André
em favor da vida. A Campanha da
Fraternidade nos dá o norte: “Viu,
sentiu compaixão e cuidou dele”,
referindo-se ao bom samaritano da
parábola (Lc 10,30-37).
Tudo tem solução. Isto vai passar
nos diz a esperança e a história. As
mesmas que indicam a solidariedade
como solução. A chave para
combater com sucesso a epidemia
é a solidariedade entre todos. Ela é
o sinal de que Deus está no meio de
nós. E com Ele venceremos. Para
Deus nada é impossível ( Lc 1, 37), e
nós cremos.
Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André
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