QUEM É...
à biologia. Mas muitas vezes são caras, ou a
potência que se consegue extrair é muito pe-
quena, portanto não se torna prática. Mas isso
não quer dizer que no futuro não existam ou-
tras possibilidades, a concorrência é sempre
boa, caso contrário não nos púnhamos a pen-
sar em coisas novas. Quando nós lançámos a
nossa bateria, foi apresentada pouco tempo
depois uma bateria de alumínio, que também
tem as suas aplicações. O que posso dizer é
que nós temos baterias que são mais baratas
e com maior densidade de energia, que pode
ser usada em três tipos diferentes de bateria.
A base é que temos um eletrólito que é um
bom condutor iónico, com uma caraterística
que nunca ninguém usou, é como se associas-
se as propriedades de um condensador aos de
uma bateria.
Maria Helena Braga tem 45 anos e é professora
assistente e investigadora no Departamento de
Engenharia Física da Universidade do Porto. O
seu doutoramento foi feito na área de ciência de
materiais e metalurgia, o que lhe abriu caminho
para começar a trabalhar num novo conceito
de baterias elétricas, recorrendo a modelos de
computação das propriedades dos materiais.
Embora continue a ser docente no Porto, o
seu trabalho levou-a aos Estados Unidos. De
2010 a 2013, fez parte do Grupo de Pesquisa de
Energia e Materiais do laboratório LANSCE, em
Los Alamos, onde desenvolveu a patente para
eletrólitos sólidos, que faz parte de uma lista que
começou em Portugal há quase uma década.
Começou a trabalhar com a Escola de Engenharia
Cockerell, uma das divisões da Universidade
do Texas, há dois anos, em associação com
John Goodenough e Andrew Murchison. O seu
trabalho incide novamente na área das baterias,
o que lhe permitiu criar a sua mais recente
patente, significando que o seu trabalho pode ser
aproveitado em aplicações práticas.
Agora que esta tecnologia já existe, quanto
tempo acha que vai demorar até chegar à
produção?
Fala-se em dois anos, mas a produção em
massa não depende de nós. Vai sempre de-
pender de quando uma empresa pegar no ma-
terial para começar a fazer o ‘scale up’. Mas já
me apercebi que as coisas demoram tempo
em termos de burocracias, e essa parte tam-
bém conta. Mas acho que as coisas vão andar
rapidamente... n
blueauto
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