mobilidade elétrica
Carregamento, tudo muda...
Texto: João Guerra
Responsável de Marketing ZEEV
A mobilidade elétrica baseie-se em algo que
conhecemos há muito tempo, irmos do ponto
A para o ponto B utilizando um veículo de 4
ou 2 rodas. No entanto, muitos conceitos em
algo que nos é familiar mudam, e um deles é a
forma como colocamos o veículo a circular. No
tradicional carro a combustão estamos acos-
tumados a ir uma bomba , colocar a agulheta
no depósito, colocar luvas ou agarrar em pa-
péis para evitar ficar com o cheiro do combus-
tível agarrado à nossa pele – isto já é familiar
e nem pensamos muito neste ato. O próprio
mundo do combustível mudou (ligeiramen-
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te) e vimos a tradicional bomba ser acopla-
da a hipermercados e supermercados. Este
movimento permitiu introduzir alguma con-
corrência e agitou o mundo dos tradicionais
“players”, que em defesa colocaram a quali-
dade dos combustíveis disponibilizados por
estes espaços em dúvida. Foram ensaiados
alguns esquemas de fidelização e descontos.
O carro elétrico vai alterar fortemente este
ecossistema, o utilizador reduz a necessida-
de de terceiros, pois basta ter um posto de
carga na sua garagem, condomínio ou escri-
tório, e ganha independência. O fato de se
utilizar energia em vez de combustível vai
exponenciar a disponibilização de postos de
carga por qualquer negócio, grande ou pe-
queno: restaurantes, alojamentos, lojas, cen-
tros comerciais, hotéis... Esta abrangência vai
permitir explorar fontes de receita “upstre-
am” ou novos esquemas de fidelização, por
exemplo um restaurante pode diferenciar-se
O utilizador reduz a
necessidade de terceiros, pois
basta ter um posto de carga
na sua garagem, condomínio
ou escritório, e ganha
independência...
blueauto
da sua concorrência ao oferecer energia, em
conjunto com o prato do dia. No mundo elé-
trico, em oposição ao mundo a combustível,
não iremos colocar em questão a qualidade
da eletricidade da concorrência, mas sim di-
ferenciar com mais serviço ou eventualmente
com um posto de carga mais potente. No fi-
nal, o utilizador ganha sempre.
Isto vai abalar e alterar o nosso panorama,
vamos continuar a necessitar de espaços de-
dicados a bombas de combustível ou esses
espaços vão ser libertados e devolvidos às
cidades?
O carregamento do carro passa por uma
mudança de mentalidade, já não saímos de
casa para ir “atestar”, iremos realizar tarefas
e aproveitamos para dar uma carga. Em vez
de perdermos tempo, ganhamos tempo. Es-
tamos 2 horas a jogar golfe e o carro está à
carga. A tecnologia também tem um papel im-
portante, pois somos notificados no telemó-
vel quando o carro já está carregado e num
futuro próximo o carro liberta o posto indo
estacionar-se em “selfdrive”.
O mundo empresarial, ao optar por frotas
verdes, com postos de carga no escritório,
pode dar maiores benefícios aos seus colabo-
radores em paralelo com a redução de custos
e dependência dos “players” do mundo pe-
trolífero.
O que muda com o carro elétrico e a forma
como carregamos? Tudo. n