BlueAuto#2 Blueauto_02_julho-agosto2017 | Page 18

mobilidade elétrica Carregamento, tudo muda... Texto: João Guerra Responsável de Marketing ZEEV A mobilidade elétrica baseie-se em algo que conhecemos há muito tempo, irmos do ponto A para o ponto B utilizando um veículo de 4 ou 2 rodas. No entanto, muitos conceitos em algo que nos é familiar mudam, e um deles é a forma como colocamos o veículo a circular. No tradicional carro a combustão estamos acos- tumados a ir uma bomba , colocar a agulheta no depósito, colocar luvas ou agarrar em pa- péis para evitar ficar com o cheiro do combus- tível agarrado à nossa pele – isto já é familiar e nem pensamos muito neste ato. O próprio mundo do combustível mudou (ligeiramen- 18 te) e vimos a tradicional bomba ser acopla- da a hipermercados e supermercados. Este movimento permitiu introduzir alguma con- corrência e agitou o mundo dos tradicionais “players”, que em defesa colocaram a quali- dade dos combustíveis disponibilizados por estes espaços em dúvida. Foram ensaiados alguns esquemas de fidelização e descontos. O carro elétrico vai alterar fortemente este ecossistema, o utilizador reduz a necessida- de de terceiros, pois basta ter um posto de carga na sua garagem, condomínio ou escri- tório, e ganha independência. O fato de se utilizar energia em vez de combustível vai exponenciar a disponibilização de postos de carga por qualquer negócio, grande ou pe- queno: restaurantes, alojamentos, lojas, cen- tros comerciais, hotéis... Esta abrangência vai permitir explorar fontes de receita “upstre- am” ou novos esquemas de fidelização, por exemplo um restaurante pode diferenciar-se O utilizador reduz a necessidade de terceiros, pois basta ter um posto de carga na sua garagem, condomínio ou escritório, e ganha independência... blueauto da sua concorrência ao oferecer energia, em conjunto com o prato do dia. No mundo elé- trico, em oposição ao mundo a combustível, não iremos colocar em questão a qualidade da eletricidade da concorrência, mas sim di- ferenciar com mais serviço ou eventualmente com um posto de carga mais potente. No fi- nal, o utilizador ganha sempre. Isto vai abalar e alterar o nosso panorama, vamos continuar a necessitar de espaços de- dicados a bombas de combustível ou esses espaços vão ser libertados e devolvidos às cidades? O carregamento do carro passa por uma mudança de mentalidade, já não saímos de casa para ir “atestar”, iremos realizar tarefas e aproveitamos para dar uma carga. Em vez de perdermos tempo, ganhamos tempo. Es- tamos 2 horas a jogar golfe e o carro está à carga. A tecnologia também tem um papel im- portante, pois somos notificados no telemó- vel quando o carro já está carregado e num futuro próximo o carro liberta o posto indo estacionar-se em “selfdrive”. O mundo empresarial, ao optar por frotas verdes, com postos de carga no escritório, pode dar maiores benefícios aos seus colabo- radores em paralelo com a redução de custos e dependência dos “players” do mundo pe- trolífero. O que muda com o carro elétrico e a forma como carregamos? Tudo. n