16 | Lifestyle Ação Social
dependência de álcool e/ ou drogas.
O que acontece é que, por norma, as dificuldades socioeconómicas podem levar
a casos de negligência física e educativa,
enquanto nas classes mais favorecidas,
a mesma se verifica, sobretudo, a nível
emocional.
Mas também é verdade que, mesmo nas
classes mais pobres, podem ser prestados
os cuidados básicos adequados ao pleno desenvolvimento da criança, apoio e
proteção, não lhe negando direitos fundamentais.
Maus tratos
Crianças
em
risco
”
POR: Marta
Ruth era a professora. Daniel, o aluno. Um dia, ele adormeceu na aula. Os colegas começaram
a gozar com ele. A professora impôs-se, e avisou que não o iria admitir. Ela viu para além do
que estava visível. Corajosa e determinada, Ruth foi falar com o irmão de Daniel, que vivia
em péssimas condições, e ofereceu-se para ajudar o menino. Não foram apenas aulas depois
do horário de aulas. Foram vários os dias passados a dar a Daniel a educação que mais ninguém lhe deu, roupa, comida, uma casa e, acima de tudo, o amor de uma verdadeira família.
Ruth nunca tivera filhos. Daniel era como um filho. E para os filhos, quer-se sempre o melhor. Foi por isso que sempre lhe disse que, quando crescesse, Daniel poderia ser o que quisesse, e que deveria lutar pelo seu futuro e pelos seus sonhos. Infelizmente, o irmão de Daniel exigiu que Ruth lhe entregasse de volta o seu irmão. Foi uma separação dolorosa, ainda
mais sabendo que o pequeno iria voltar a sofrer às mãos daquela gente. Mas nada se podia fazer…No entanto, soube-se mais tarde que Daniel que tornou professor, tal como Ruth!
Esta é apenas uma história,
com um final feliz. Mas poderia
ser a realidade de muitas crianças. E cada um de nós pode
fazer a diferença na vida de
uma criança, se assim o desejarmos.
Crianças em risco sempre existiram mas, felizmente, existem hoje mais meios e formas
de prevenir, ou intervir, de
modo a ajudar essas crianças.
Podem ser consideradas crianças em risco todas aquelas
que são vítimas, sobretudo, de:
“Crianças em risco
sempre existiram mas,
felizmente, existem
hoje mais meios e formas de prevenir”
Negligência
Por coincidência ou não, com
a crise que se vive, aumentou
o número de casos de crianças
vítimas de negligência. No en-
b
tanto, a negligência nem sempre está associada à pobreza.
Tanto pode estar presente em
classes sociais mais desfavorecidas, como em estratos sociais
mais elevados, e manifesta-se
de diversas formas, podendo
ser de ordem física, emocional
e até educacional.
E pode, igualmente, ter várias
causas, como imaturidade e
inexperiência dos pais, que
podem ter sido, também eles,
vítimas de negligência; problemas conjugais e familiares;
depressão; doenças mentais ou
Também eles se verificam nos vários
estratos sociais e podem ocorrer tanto a
nível físico como emocional. Os maus tratos físicos incluem os atos violentos que
os pais usam como método de educação
coerciva/punitiva. Já os maus tratos psicológicos verificam-se em atos de comunicação verbal, ou exposição da criança a
conflitos e violência doméstica.
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A Prevenção e/ou Intervenção
É óbvio que existem entidades próprias que atuam
na prevenção e intervenção, mas cabe também a ti,
enquanto cidadão(ã), dar o teu contributo, antes que
seja tarde demais.
Como?
Oferecendo a tua ajuda das mais variadas formas,
consoante os casos e as necessidades das crianças em
risco. Quantas crianças não tomam as suas refeições
em casa da família de amigos ou vizinhos. Mas o apoio
pode vir através de fornecimento de material escolar,
vestuário ou medicamentos, por exemplo.
Denunciando situações de risco - para além de um
dever cívico, a comunicação de situações que ponham
em risco a vida, e a integridade física ou psíquica da
criança, constitui uma obrigação de todos os cidadãos,
de acordo com a Lei de Proteção de Crianças de Crianças e Jovens em Perigo.
As comunicações ou denúncias poderão ser