BLOGAZINE - Nº1 | Page 74

PARTICIPA TEXTOS | CONTOS Ela percebeu que estava apaixonada, e por vezes, apaixonar-nos não é bom. A ela não lhe fazia falta. Finalmente teve o tempo necessário para se conhecer verdadeiramente e adorava estar sozinha. O facto de não ter justificações a dar, e da sua rotina mudar a cada apetite, era a sua liberdade. Mas ele não pensava assim. Quando ela foi mulher de coragem e disse não querer nada, ele continuou a tentar e ela, qual tola apaixonada, deixou-se levar por um conto de fadas que não lhe pertencia. Duraram anos os vaisvéns de momentos a dois, enquanto outras pessoas passavam nas suas vidas, e eram varridas num virar de folha. Ele dizia não ser amor, antes um vício meramente carnal, e ela não o contradizia , até porque essa era a razão pela qual ela continuou naquele jogo de gato e rato. Até que, o que ela escondeu tão bem, veio ao de cima. Para ela já não era só um mero jogo, ela amava-o. Ela não percebeu até ser demasiado tarde. Só nessa altura compreendeu que realmente era isso que sentia, porque nunca tinha sentido nada tão forte. Mas ele não, era deveras experiente naquilo a que hoje em dia se chamam “relações abertas” e nunca amou verdadeiramente. Que ela soubesse, pelo menos. Mas acabou. A miudinha que nunca lhe foi capaz de levantar a voz, acabou por desaparecer. As verdades foram ditas sem qualquer medo de o magoar e isso não lhe doeu nada, devido à dor que ele já lhe causara e ela apenas tentara esquecer. Tê-lo nas suas mãos era uma sensação incrível, que ela não iria ter o prazer de sentir por muito mais tempo. Ela desapareceu da sua vida, sem deixar rasto. Ele ainda se pergunta o porquê de nunca ter percebido a mulher fantástica que ela era. Sente saudades de a ver com o seu vestido preto e batom cor de cereja que ela usava apenas para ele nas noites em que o que falava mais alto, era o gosto de o ver sorrir. Talvez ele tenha amado verdadeiramente, no fim de contas. Porém, apercebeu-se disso demasiado tarde. Quando ela já não o amava e o guardava num lugar especial, onde já não havia espaço para um segundo acto. Esta página pode ser tua! Participa! Regras de participação: - Qualquer pessoa que tenha gosto pela escrita pode participar. - Só será aceite um texto por pessoa. - O texto tem de ser 100% original, e que não viole qualquer copyright existente, não plagiando textos, pelo que a Revista nunca poderá ser responsabilizada por essa utilização. - Os textos têm de estar escritos em português, mediante o novo acordo ortográfico. Os Textos: - O tema é “O Verão”. - Podem participar com qualquer tipo de texto (literário ou não). - Limite máximo de palavras: 500 Envio dos textos: - Prazo: 7 de Junho de 2015 - Email: [email protected] - Assunto do email: Texto - “O Verão”. - Identificação: