Bibliotecando nas Bibliotecas Comunitárias Único | Page 95

Quando finalizei o livro, eu experimentei uma sensação terrível de “e agora? quê que eu faço?”. Na minha cabeça, não podia ter acabado. Experimentei a minha primeira depressão pós livro e isso fez com que minha mãe buscasse

outros livros para que eu saísse dessa fossa. A partir daí, eu dei mais despesas com livros do que com comida ou roupa. Implorava minha mãe pra comprar tal livro ao invés de um sandália, fazia promessas de comer comidas saudáveis em

trocas de livros, e não precisava nem ser novo: eu só queria livros pra ler.

Minha vida tem se seguido assim: ora eu tenho um bom livro pra ler, ora eu estou escrevendo uma história. Ainda não consegui me adaptar a livros eletrônicos, mas espero que seja uma questão de tempo. Eu sou viciada em cheiro de livro e em virar páginas. Eu leio novos livros e releio meus antigos. Eu indico livros, eu converso sobre histórias e, mais do que isso, eu penso que todas as pessoas são livros ambulantes com histórias fantásticas que ainda não foram lidas. Eu adoro falar, mas gosto muito mais de escutar. Sempre tento conversar fazendo perguntas para que as pessoas se abram, não por obrigação, mas por que, às vezes, pessoas só precisam de uma brecha pra começar a

descrever um capítulo de algum momento de suas vidas e me fazer ficar

envolvida com uma porção de sentimentos e reações.

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