Ah sim... Um outro mundo começava pra mim! Comecei a escrever todas as coisas que aconteciam comigo detalhadamente, seguidas de desenhos representativos. Depois, comecei a anotar palavras novas das quais descobria o significado no dicionário, com a intenção de ensinar ao meu avô. Por fim, e não menos importante, comecei a escrever histórias.
A princípio, queria fazer quadrinhos igual a Turma da Mônica. Depois colocava toda a história dentro de um imenso texto, sem nenhum personagem ter sequer uma fala. Pois afinal, eu só lia revistas em quadrinhos e rápidas histórias que continham no livro de Português. Mas foi só aos meus onze anos de idade que consegui entender a dimensão que o meu amor por leitura chegaria.
Houve uma gincana na igreja em que eu congregava que, uma das tarefas consistia em arrecadar livros para doação. Eu rodei meu bairro inteiro com um carrinho de mão, pedindo por livros que as pessoas não queriam mais. Em casa, ao fazer a organização dos livros nas sacolas, me deparei com um bem velho de capa dura, folhas amareladas e um cheiro tão antigo que me fez ficar alegre e acordar minha rinite.
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