Bibliotecando nas Bibliotecas Comunitárias Único | Page 92

eu tinha sobre alguma palavra. Quando ficou perceptível que eu tinha muitas dúvidas sobre palavras, ele me deu um dicionário Aurélio, dizendo que qualquer palavra que eu não soubesse, era só pesquisar no livro.

Meu avô era pescador e passava de dois a três meses no mar, folgando apenas de duas a três semanas. Quando ficava em casa, ele gostava muito de ficar comigo e eu com ele. Ele me ouvia lendo e eu o ouvia contando histórias de pescador. Era um tempo valioso. De repente, meu avô foi pescar e não voltou mais. Minha vó disse que ele tinha ido pescar muito longe e que demoraria muito tempo pra voltar. Não tinha mais revista da Turma da Mônica para eu ler e nem histórias de pescador para ouvir. Eu amava ler para meu avô porque eu atuava e criava vozes, enquanto ele se animava. O fato dele ficar feliz e rir fazia com que eu estudasse a leitura pra fazer mais interpretações.

Era diferente com minha avó. Ela era muito ocupada, mas pedia pra eu ler, mesmo que não prestasse atenção. Quando eu comecei a sentir muito a falta do meu avô, minha vó lançou a ideia de eu escrever cartas para ele.