Bibliotecando nas Bibliotecas Comunitárias Único | Page 161
atingido, era a última parada: São Paulo. Tião espreguiçou-se
com toda energia que ainda lhe restava, estirou as pernas para
expulsar as dores que o abatia, pegou sua bagagem de mão, pois
era tudo que tinha, jogou embaixo, no chão, descendo em
seguida. O caminhão parara nos arredores da cidade, pois não
podia entrar por circunstâncias já expressa, seus passageiros
tiveram que tomar outra condução que os levassem para o centro
da cidade, local de onde os mesmos rumariam aos seus prévios
destinos. Totalmente desorientado, por algum tempo, Tião
caminhou sem rumo, a esmo, pois daquele lugar nada sabia,
como se essa atitude lhe mostrasse algum caminho a seguir.
Vendo ser improdutiva essa manobra resolvera parar numa
esquina para tomar pé da situação e decidiu informasse com
alguém que dele se aproximava. Com reservas e encabulado,
pois o matuto teme em dizer que é matuto, enfrentou o pedestre
desconhecido pedindo-lhe ajuda. Com respostas reticentes e
monossilábicas, o informante o orientou como chegar ao centro
da cidade, propriamente na Praça da Sé, lugar para onde
convergia todo nordestino migrante.
Lá chegando, repetiu a
atitude da parada anterior, custou na busca de novas
informações; mas como não havia outro jeito, teve que
novamente enfrentar estranhos para se informar, o transeunte se
dispôs da mesma presteza do anterior para responder-lhe.