Bibliotecando nas Bibliotecas Comunitárias Único | Page 107

Fazia muito tempo que não visitava aquele lugar, tinha até esquecido como era aconchegante para a alma ver as prateleiras repletas de livros, e aquilo me lembrava a infância.

Eu tinha uns dez anos quando todas às tardes pegava a bicicleta da minha mãe e me dirigia até aquela biblioteca, levava na cesta o livro para trocar e o sorriso no rosto após imaginar em qual novo mundo eu iria me aventurar. Ao final do dia retornava para casa, me sentia tão livre quando o cheiro das páginas fluíam, era como navegar nas estrelas e ao mesmo tempo mergulhar nas nuvens. Nos meus súbitos pensamentos, vinha a lembrança também da fila que tínhamos que fazer para a renovação da ficha, do aroma de café que perambulava o espaço, inclusive me recordava do sorriso radiante da moça que anotava nosso nome. Bem, ainda era a mesma mulher, mas ela não tinha o mesmo sorriso, vivia triste pois fazia muito tempo que não via crianças encantadas pela literatura como antes.

-Cheguei a tempo. -Disse uma menina toda ensopada que entrava na biblioteca trazendo consigo um livro.

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