De coração para coração
Bianca Mota da Silva
Aluna do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Ceará
Eu aprendi a ler cedo e, por isso, lia tudo possível que tinha na minha casa: marca de biscoito, componentes do leite, ímãs de geladeira. Essa leitura excessiva tirava minha vó do sério, mas fazia com que meu vô se sentisse o homem mais orgulhoso do mundo. Foi ele quem deu a minha primeira revista em quadrinhos da Turma da Mônica (e consequentemente me fez ficar apaixonada – uma paixão que dura até hoje). Embora analfabeto, ele sempre me ouvia com atenção e tentava responder o máximo de dúvidas que eu tinha
sobre alguma palavra. Quando ficou perceptível que eu tinha muitas dúvidas
sobre palavras, ele me deu um dicionário Aurélio, dizendo que qualquer palavra
que eu não soubesse, era só pesquisar no livro.
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