nossos adolescentes e jovens estão lendo
esses livros! Temos de proporcionar-lhes
literatura de qualidade, que divirta e
entretenha enquanto transmite ensina-
mentos e valores cristãos.
Eu me vejo como um escritor-gar-
çom: analiso as necessidades da igreja e
procuro servir-lhe aquilo de que precisa.
Não escrevo por escrever, mas sempre
com um foco muito claro e com a inten-
ção de suprir necessidades que percebo
entre meus irmãos e irmãs. Mais do que
inspiração, o que me leva a escrever um
livro é sempre a percepção de uma ne-
cessidade e o desejo de suprir as lacunas
percebidas.
B: O Maurício já passou pela idade do
personagem principal, Daniel. Tem uma
filha que irá ler. Terá sido desafiado. O
que significou para si escrever este livro?
MZ: Como todos os livros que escre-
vo, dediquei-me a “O enigma da Bíblia
de Gutenberg” com muito temor e tre-
mor, entendendo que não estava apenas
pondo palavras em papel ou dando asas
à minha imaginação, mas criando uma
história que tem o potencial de tocar
vidas, mudar atitudes, proporcionar
reflexões e aproximar muitas pessoas de
Cristo. Eu me dedico a livros de géneros
diferentes, mas sempre com o mesmo
triplo objetivo: a glória de Deus, a edifi-
cação de meus irmãos e irmãs em Cristo
e a possibilidade de levar o evangelho a
leitores que não têm compromisso com
Jesus. É uma enorme responsabilidade.
B: Acreditamos, na Biblion, que esta
pode ser uma referência na literatura ju-
venil, e auguramos uma boa recetividade
no mercado português. Que expetativas
tem para este livro, e a série, junto dos
jovens, em Portugal?
MZ: De toda a produção do mercado
editorial cristão nos Estados Unidos,
17% são livros de ficção. No entanto,
no Brasil, esse índice não chega a 1% e
acredito que em Portugal também seja
B I B L I O N - R E V I S TA D E L I V R O S , L I V R O S E M R E V I S TA
assim. Meu desejo e minha oração é que
os livros da série “Aventuras de Daniel”
sirvam como um marco que mostre às
editoras cristãs que existe, sim, mercado
para a ficção cristã e que tudo o que é
preciso para alavancar esse género são
bons títulos, que sejam bem divulgados
e bem distribuídos.
Eu ficaria imensamente feliz se esta
série despertasse entre o público portu-
guês o desejo por consumir esse tipo de
literatura, e que levasse mais autores a
escrever obras de qualidade e incenti-
vasse as editoras a publicar esse género
literário por saber que, sim, há um
enorme mercado potencial - desde que
se invista em divulgação e distribuição.
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