atómica maio de 2023 | Page 34

No dia 20 de julho, do ano de 1822, nascia Gregor Johann Mendel, um homem que futuramente seria um importante botânico e geneticista, conhecido como “O pai da genética moderna”. Nascido em Heinzendorf, na Áustria, o filho de camponeses desde cedo demonstrou interesse em observar e estudar as plantas.

A sua vocação científica desenvolveu-se paralelamente à vocação religiosa. Frequentou o ginásio de Troppau (escola básica), estudou dois anos no instituto de filosofia de Ormütz e posteriormente em Olomouc, que hoje se localiza na Chéquia.

No ano de 1843, com apenas 21 anos de idade, o extremamente inteligente jovem Mendel, entrou para o mosteiro Agostiniano de São Tomás, em Brünn, pertencente ao antigo Império Austro-Húngaro e hoje à Chéquia, onde foi ordenado padre  e passou a estudar teologia e línguas.

A ordenação ocorreu em 1847 e em 1851 foi enviado pelo abade para a Universidade de Viena, onde estudou ciências naturais, matemática e física, tornando-se professor. Três anos depois, volta a Brünn, e no seu regresso ao mosteiro de São Tomás, Mendel estava decidido a iniciar experiências de hereditariedade em que usaria ratos como cobaias, mas ao comunicar a sua vontade sofreu reprovação e foi impedido de o fazer. Assim, avançou no ano de 1856 usando ervilheiras de cheiro (Pisum sativum). Cultivando e cruzando variedades diferentes no seu jardim no interior do mosteiro, realizou experiências cuidadosas e sistemáticas e registou cuidadosamente os seus resultados.

Em 1865 publicou o produto do seu trabalho num artigo intitulado "Versuche über Pflanzenhybriden" ("Experiências em hibridação de plantas"), onde descrevia as leis da hereditariedade que havia descoberto.

Os trabalhos de Mendel foram revolucionários e tiveram um impacto profundo na biologia. Descobriu que as características hereditárias são transmitidas de geração em geração em unidades discretas, agora conhecidas como genes. Também descobriu que algumas características são dominantes, enquanto outras são recessivas, e que algumas características são transmitidas independentemente uma das outras. Essas descobertas levaram-no a sistematizar os princípios básicos da hereditariedade e ao desenvolvimento de duas leis fundamentais: lei da segregação e lei da distribuição independente.

Apesar das suas descobertas inovadoras, Mendel não foi reconhecido em vida. As suas experiências não foram totalmente compreendidas até que os conceitos de cromossoma e DNA fossem descobertos no século XX. Foi somente depois de a genética ser estabelecida como um campo da biologia que Mendel foi reconhecido como um dos fundadores da disciplina.

Mendel faleceu a 6 de janeiro de 1884, com apenas 61 anos de idade, devido a problemas renais. Foi lembrado como um monge humilde que realizou experiências importantes no seu jardim do mosteiro e cujas descobertas transformaram a compreensão da hereditariedade e da evolução.

Gregor Mendel e a relevância do seu trabalho na genética

Gregor Mendel é considerado “O pai da genética moderna”, pois foi o primeiro a descrever as leis da hereditariedade usando uma abordagem quantitativa e experimental. Durante as suas experiências com ervilheira-de-cheiro (Pisum sativum), Mendel descobriu que as características hereditárias são determinadas por fatores (hoje designados por genes) que são transmitidos de geração em geração.

Sendo Mendel o grande pioneiro no estudo da genética, vale a pena entender do que trata esta ciência. A genética é o ramo da biologia que estuda a hereditariedade. Analisa os genes, as unidades básicas da hereditariedade, a sua estrutura, função e como se expressam de forma a explicar como ocorre a transmissão das características biológicas entre gerações e as interações genéticas entre os organismos. A importância da genética não está incluída apenas na compreensão da biologia e da evolução dos organismos, mas também encontra aplicações em áreas como a medicina, a agricultura, a biotecnologia e a conservação da biodiversidade.Após anos de pesquisa e trabalho no mosteiro Agostiniano de São Tomás, Mendel foi capaz de formular duas leis, ainda fundamentais para o campo da genética e amplamente estudadas e aplicadas em pesquisas, estudos de hereditariedade e evolução:

Lei da segregação fatorial

A lei da segregação estabelece que, durante a formação dos gâmetas (células sexuais), cada par de fatores hereditários (genes) responsáveis por uma dada característica, separa-se aleatoriamente, recebendo cada gâmeta apenas um dos dois fatores. Assim, se um organismo tiver dois alelos idênticos para uma determinada característica (homozigótico para essa característica), todos os gâmetas apresentam essa cópia do alelo, mas quando um indivíduo é heterozigótico (com dois alelos diferentes para uma determinada característica) 50% dos gâmetas recebem um alelo e 50% dos outros gâmetas o outro alelo.

característica.

BIOGRAFIA

Gregor Mendel: um homem da ciência e um homem de fé

Por: Diogo Nóbrega e Pedro Silva