atómica maio de 2023 | Page 22

Engenharia ao Serviço da Humanidade

Por: João Soares

Ao longo da existência da nossa espécie, à medida que se manifestava sempre um aumento da inteligência, começámos a compreender que somos seres vivos frágeis. O nosso desenvolvimento como espécie é baseado nisso, na vontade de sobreviver.

Tentámos aperfeiçoar os nossos corpos, o nosso trabalho de equipa, a nossa capacidade de aprender e aplicar conceitos, porém nada disso nos saciou a vontade de aumentar o tempo que nós passamos neste mundo, quer fosse por mais 1 ano, minuto ou segundo.

Procurámos outras maneiras de ultrapassar dificuldades para além de melhorarmos as nossas capacidades físicas, e passámos a querer controlar aquilo que posteriormente não conseguíamos, utilizando medicina, estudos anatómicos e fisiológicos, neurologia, psicoterapia e muitos mais métodos.

Mais recentemente, agora que já aprendemos a cuidar dos corpos, começámos a expandir o foco para o estilo de vida e em como podíamos melhorá-lo.

A engenharia e os seus diversos ramos, como a robótica e engenharia biomédica, ajudam-nos a facilitar a vida, e encontram-se cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia.

Zipline

Zipline é uma companhia Americana fundada por Rinaudo Clifton em março de 2014, que criou um sistema de entregas eficaz, rápido, económico e bom para o ambiente, através de drones, com o objetivo de conseguir satisfazer as necessidades das pessoas, da maneira mais cómoda possível.

Em abril de 2022, este sistema estava implementado no Ruanda, no Gana, Japão, Estados Unidos e Nigéria, tendo completado na altura cerca de 275 000 entregas comerciais (32 186 880 km percorridos).

Nas áreas metropolitanas são utilizados dois drones para fazer entregas. O primeiro drone tem como função lançar de dentro de si o drone mais pequeno e silencioso, que carregará a entrega. O drone menor é libertado em dois momentos. O primeiro ocorre no estabelecimento em que o pedido foi processado. O drone é largado num escorrega que leva a uma janela, onde será carregado com o pedido e, depois  recuperado pelo drone maior. O segundo ocorre na localização de onde o pedido foi feito. O drone larga o que levava consigo numa localização específica, escolhida pelo utilizador através da aplicação, é recolhido novamente  e levado até ao local mais próximo de recarga das suas baterias.

Embora este seja um sistema relativamente melhor do que os drones ruidosos e gigantescos que temos imaginado, a empresa Zipline não só se responsabiliza pela entrega de comida e bens essenciais  como também fornece equipamento para necessidades hospitalares. No Ruanda, Zipline é encarregada de enviar suprimentos críticos a hospitais mais remotos ou com menos capacidade de os receber. Os drones da empresa são lançados através de uma “catapulta”, de modo a alcançarem uma velocidade de aproximadamente 97 km/h em apenas um terço de um segundo. Têm uma enorme capacidade de planar, o que reduz muito o custo energético dos drones, e são capazes de fazer a viagem de ida e volta autonomamente, através dos seus sistemas próprios de navegação. Baixam minimamente de altitude para fazer as entregas, deixando-as assim nos hospitais, sem causar qualquer distúrbio, quer visual, quer sonoro, devido à sua altitude e ao design aero-acústico das hélices (com redução do som por elas produzido).

No regresso, estes drones são captados por uma rede aérea que intercepta o seu voo e reduz a velocidade, de modo a serem reutilizados para novas entregas, após uma verificação de condições e uma substituição de bateria.