SOM ESTÉREOFÓNICO
O ouvido humano ouve som estereofónico, ou seja, recebe e processa o som em dois canais diferentes. Até dada altura, todos os métodos de reprodução sonora gravavam e tocavam áudio por um único canal, produzindo um som monofónico que não era 100% fiel à realidade e limitava a expressividade dos artistas musicais.
A introdução de som estéreo nos discos de vinil surgiu em 1957. Combinando o método de gravação vertical usado no cilindro fonográfico e o de movimento lateral usado nos discos, conseguiram obter-se ranhuras que movimentavam a agulha em duas dimensões, em altura e longitude, obtendo-se dois canais capazes de guardar informação distinta. Antigamente, a agulha de corte encontrava-se conectada a uma pequena peça cilíndrica metálica, que se movimentava de forma espelhada à informação sonora que lhe era dada, em oscilações laterais, gravando um som monofónico. A peça passou então a ramificar-se em dois, cada ramo movimentando-se numa direção, por exemplo, o direito de forma lateral e o esquerdo de forma vertical, afetando o corte da agulha em duas dimensões. Nas agulhas de reprodução, as diferentes oscilações afetam a peça, e o inverso acontece: o movimento vertical é detetado e reproduzido numa coluna e o movimento lateral noutra, criando-se assim o som estereofónico.
OS VINIS NA ATUALIDADE
Como referido anteriormente, o vinil teve um ressurgimento a começar em meados dos anos 2000, que só tem vindo a aumentar até à atualidade. Alguns dos motivos para essa ressurgência são: a busca por uma melhor e mais pura qualidade de áudio, o crescente desejo de uma evasão ao meio digital e a influência da cultura vintage nos jovens, sendo o vinil um dos maiores símbolos da moda retro. O formato oferece também uma sensação de posse e tem-se tornado num item de coleção, e algo considerado estético e instagramável, com muita gente a compartilhar fotos e vídeos de coleções e gira-discos nas redes sociais.
Vários artistas e gravadoras têm promovido este formato clássico de álbuns e compilações. São nomes atuais como Harry Styles, Arctic Monkeys, Kendrick Lamar, Lana Del Rey e Taylor Swift que participam em grande parte no interesse jovem pelo vinil. Já artistas mais antigos, como Pink Floyd, Led Zeppelin, Metallica, Fleetwood Mac, The Beatles e David Bowie têm feito lançar diversas remasterizações de álbuns populares em vinil de alta qualidade, além de compilações e edições especiais.
No caso português, diversas lojas de discos têm vindo a tornar-se mais populares, como a Louie Louie no Chiado, além, claro está, da grande procura por discos em segunda mão em diversos fóruns na internet e feiras, como a feira da Ladra ou a feira da Bagageira.
O stock de novos vinis tem vindo a aumentar exponencialmente em grandes superfícies como por exemplo a FNAC, com diversas remasterizações e edições especiais, embora a um preço mais alto. ∎