atómica fevereiro de 2023 | Page 34

Após o ataque, Fritz Haber foi promovido a capitão. Horas depois da promoção, a sua mulher, Clara, que se opunha ao uso letal de compostos químicos, pôs termo à vida, suicidando-se com um tiro no peito.

No entanto, a morte da mulher não o abalou e as suas invenções mortíferas não acabaram aqui. Para demonstrar o seu patriotismo, supervisionou o desenvolvimento da síntese do gás mostarda, ainda mais eficiente que o cloro, bem como o desenvolvimento das máscaras de gás para o exército alemão, após o início da utilização de armas químicas pelos Aliados.

Mas, não obstante os seus esforços, a Alemanha perdeu a Primeira Guerra Mundial!

Em 1918, Fritz Haber ganhou o Prémio Nobel da Química, por ter criado o processo que permitiu superar a pobreza dos solos e evitar a fome de milhões de pessoas, contribuindo para o bem-estar da Humanidade. Um ano mais tarde, foi acusado de crimes de guerra, mas o caso nunca seguiu avante.

Em 1934, com a chegada de Adolf Hitler ao poder, Haber, de origem judaica mas devoto luterano, foi obrigado a abandonar a Alemanha e foi para Inglaterra, onde foi convidado para lecionar e trabalhar na Universidade de Cambridge.

Faleceu a 24 de janeiro de 1934, na Suíça. Teve uma morte súbita e inesperada.

Agora cabe a si, leitor, fazer juízos de valor quanto ao caráter de Fritz Haber: um honorável inventor, ou uma criatura insensível e temível? ■