cateGoria sabonetes
LUANA PEREZ E OS SABONETES DE LUXO DA DE LA MERCHE: fórmula criada pela bisavó da empresária e adaptada para os sistemas de produção atuais.
Soap, que oferece inclusive sabonete de
café brasileiro. Os produtos são feitos
pela neta da imigrante italiana Santa
Lucia Borba, que desembarcou em San-
tos, em 1917, e chegou a fazer e vender
sabonetes artesanais em São Paulo por
25 anos. Mais de 50 anos depois, a neta
dela Elis Crismanis, que mora em Ra-
leigh, na Carolina do Norte, foi passar
o Natal no Brasil e pediu receitas de
comida para avó, que indicou várias
caixas. Foi procurar e achou algo ainda
melhor, as receitas dos sabonetes e de
óleos essenciais. Elis levou tudo para os
EUA e resolveu apostar na história de
família. Os produtos não utilizam ne-
nhum produto sintético, a gordura vem
de óleos vegetais orgânicos, manteiga
de cacau, de karité e de manga. Tudo
é feito a mão em edição limitada. Até a
embalagem é artesanal.
De volta ao Brasil, cada vez mais os
sabonetes artesanais têm presença certa
nas feiras de artesanatos, mercadões e
aeroportos, mas agora surgem outros,
com pegada vegana e natural. De Lauro
de Freitas, região metropolitana de Sal-
vador (BA), as primas Roberta Muniz,
Paula Muniz e Rebeca Mascarenhas fa-
zem os produtos da marca Venusta Cos-
méticos. A ideia veio da necessidade de
usar produtos naturais, sem nada quí-
mico. O nome é em homenagem a deusa
Vênus. Tem opções de Capim Cheiroso
(capim limão, alecrim e eucalipto), Alfa-
sABoneTes de oUro
N
o Hemisfério Norte a cultura é bem diferente e o produto escolhido para a rotina,
para higienizar partes do corpo, é o líquido. Por isso, o sabonete em barra é muito
mais utilizado para se presentear ou ser usado em ocasiões especiais. Elaborado
com pó de ouro e considerado o mais caro do mundo – custa US$ 2,6 mil e tem 160g –
ele foi lançado em 2014 pela Khan Al Saboun para presentear a primeira dama do Catar.
A marca do norte do Líbano pertence à família Bader Hassoun que faz sabonetes desde
1408. São famosos por desenvolver verdadeiras joias em forma de sabonete em barra.
Aliás, no local existe o maior Museu do Sabonete do mundo, com um acervo de cerca de
1.400 tipos diferentes, mais óleos essenciais, ingredientes e ferramentas.
zema, Baiana (dendê, laranja doce, co-
paíba bálsamo e cedro Virginia), Deusa
do Ébano (gerânio, cacau em pó, man-
teiga de ucu uba, argila vermelha), Ga-
briela (café, cravo, canela, manteiga de
cacau), Maria “Bunita” (óleos de cocos
nordestinos licuri, babaçu e murumuru)
e Pérola Negra (carvão ativado, os andi-
roba, os óleos essenciais de melaleuca e
hortelã pimenta).
De Pindamonhangaba, interior de
São Paulo, os produtos da Cheiro Vivo
são feitos pela artesã Ananda Garcia.
Ela faz fabrica xampu e condicionador
sólidos. Já Eduarda Rocha é a respon-
sável pelos produtos da Cruda Cos-
méticos Naturais na capital paulista.
“Desenvolvi uma linha vegana, orgâ-
nica e cru; produzidos a mão através
AtuAlidAde COSMÉtiCA
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do processo de saponificação a frio de
óleos e manteigas vegetais prensadas
a frio”, conta.
A falta de glicerina e o excesso de
produtos de origem mineral e sintéticos
são a principal razão do ressecamento
do sabonete, que acaba rachando na sa-
boneteira, entre um banho e outro. Fora
o ressecamento da pele e possíveis aler-
gias. O sabonete artesanal é rico em gli-
cerina e ingredientes naturais, que hi-
dratam a pele. Os ácidos graxos conti-
dos nos óleos essenciais utilizados nos
sabonetes artesanais ajudam a regular a
umidade e nutrir a pele. E a tendência
vegana mostra que há mercado para os
produtos artesanais de qualidade, que
há demanda para produtos mais caros
até para o dia a dia.