Atualidade Cosmética 167 Atualidade Cosmética 167 | Page 24

especial perfumaria no varejo LINHA DE PERFUMES DA VIZCAYA: fragrâncias com performance e modelo que sustenta a experiência com a categoria nos PDV’s como destino para esses produtos. “O consumidor quer provar e aí você pre- cisa ter uma abordagem, um estímulo para que ele prove e leve o produto. Acho que se a gente conseguir ajustar isso, o canal farma tende a ser impor- tantíssimo e vai trazer resultados”, ga- rante Cláudio. A empresa estabeleceu no primeiro semestre do ano projetos pilotos em uma loja da rede Venâncio e em outra da bandeira Farmahall. “A Farmahall era um antigo cliente que nós resgatamos com uma proposta diferenciada, trazendo envolvimento e gerando experiências, amostragem, um ciclo de relacionamento que a gen- te traz bastante da venda direta e tem se mostrado muito positivo”, explica o dirigente da Vizcaya, que a partir desse business case, tem conseguido avançar de forma muito interessante nas farmácias e drogarias, inclusive em redes um pouco maiores do Rio de Janeiro com as quais a empresa não tinha perspectiva de atuar. “Estão nos procurando querendo entender como funciona a recompra da categoria, que acho que é o ponto que vai fechar o cir- cuito”, diz, o executivo que comemora também o fato de que a Vizcaya está entrando na maior rede de drogarias de Minas Gerais, a Araújo, por meio da categoria de perfumaria. Embora a base de comparação seja pequena, a perfumaria da Vizcaya cresceu 370% de um trimestre neste ano na compa- ração com o ano anterior. O mais im- portante entretanto, é que os perfumes estão gerando recompra, segundo as medições da empresa. POR QUE NÃO NO ESPECIALIZADO? Apesar dessa evolução gradativa, o varejo multimarcas ainda é tímido na venda de perfumes e colônias em geral e tem um oceano para crescer. Em es- pecial o canal especializado em beleza, que na prática, até hoje não apresentou muito fit com os perfumes. Para ace- lerar a construção da categoria nesse canal, seria importante, mais uma vez, um esforço conjunto e contínuo das in- dústrias com os varejistas. “Os gesto- res (das perfumarias) em geral sempre priorizaram outras categorias de alto giro e resposta imediata em seus por- tfólios como os produtos capilares por exemplo. Porém, cada vez mais eles estão de olho nos negócios menos volá- teis, com maior rentabilidade e não ape- nas volume”, garante Rafael, da Flora. Ele aponta que dentro do grupo, dono de marcas como Francis, Neutrox, Ka- rina, OX e Kolene, a marca Phytoderm vem se destacando nos últimos quatro anos pelo seu modelo de crescimento contínuo, sólido e rentável. Embora não exista realmente uma cultura da venda de perfumes no vare- jo especializado em beleza, até porque a indústria, via de regra, também relegou esse canal a segundo plano, não se pode desprezar as oportunidades que esse segmento pode oferecer. “O que acredito que faltava era um modelo de introdu- ção, que é o que nós estamos exercitando e expandido para outras redes agora. São players importantes e nós queremos es- tar em todos os players importantes no segmento. Estamos otimistas, diria que AtuAlidAde COSMÉtiCA 22 # 167 | jun/jul 2019 é uma questão de tempo, até porque na medida em que começamos a aparecer nas medições de mercado, isso chama a atenção dos varejistas”, acredita Cláudio. OCUPANDO NOVOS ESPAÇOS? Com a perfumaria brasileira, ainda que de mass market, começando a ganhar espaço no varejo, inclusive ao lado dos perfumes internacionais, poderemos ver no médio e no longo prazo, a cons- trução de marcas locais fortes? Cláudio acha que sim e que até pelo aspecto aspi- racional, quem está embaixo vai querer subir um degrau, e quem for alcançado irá querer subir mais um e assim por diante. Mas é realmente na perfumaria brasileira de mass market que ele vê um crescimento mais forte mesmo. “Por mais que seja uma espécie de ‘plano b’ do usuário, é uma categoria de maior renovação, de uso e giro mais rápidos. E onde ele vai comprar esse perfume? Pode ser pela venda direta, na franquia, mas pode ser no varejo. Por isso que nós da Vizcaya estamos dando a ele um bom produto para o dia-a-dia”, conta. Rafael, da Phytoderm lembra que várias marcas de venda direta estão ex- pandindo para novos canais, entre eles incursões no varejo multimarcas. E isso deve ajudar a fortalecer o canal para to- dos nós. “Particularmente eu acho essa concorrência um estímulo importante para buscarmos cada vez mais a qualida- de nos nossos produtos e a excelência na execução. É enorme a oportunidade do varejo multimarcas atrair esses consumi- dores habituados a comprar perfumes na venda direta e franquias”, conclui.