N
o que se refere à cor do brasileiro,
como é de se esperar, cresce o
número de pardos e diminui o
número de brancos, negros, índios,
amarelos. Próprio da miscigenação do
país. Observe, no entanto, que o
percentual de pessoas que se
declaravam negras vinha caindo desde
a década de quarenta do século
passado: em 1960, 8,71% dos
brasileiros se admitiam negros; em
1980, 5,92%; em 1991, 5%; em 2000,
6,21%. O advento do sistema de cotas nas universidades públicas e nos serviços
oficiais pode ser responsável pelo crescimento de declarantes negros. Mas a
desigualdade entre negros e brancos persiste. Entre os negros ainda é maior a
taxa de mortalidade infantil; persiste uma menor média de renda e os negros
estão listados como maioria no que tange ao analfabetismo. A expectativa de
vida entre os brancos mais pobres mostrou-se, em 2000, de 59,5 anos; entre nãobrancos, de 55,8. Mais: os mais ricos brancos vivem mais do que os mais ricos nãobrancos (70,4 a 63,7 anos). E não é uma questão genética, claro. O mais rico
branco é mais rico do que o mais rico não-branco. O mais pobre branco é menos
pobre do que o mais pobre não-branco. Podemos fazer também alusão a uma
outra minoria que carrega um desprezo histórico no país: o índio. Em 1500, ano do
achamento do Brasil por Portugal, a população indígena estava estimada em 3
milhões; em 2000 pouco supera duzentos mil, grande parte destes
distribalizados. Como se vê, este nosso Brasil, com seu histórico de exploração,
possui dados sociais que atestam necessidades de mudanças.