A
razão humana
adquire formas diferentes
no correr dos tempos.
Gostamos do cotidiano?
Á primeira vista, diremos que não.
Triste nos é, por vezes, o final de um domingo, já que o mesmo é o
prenúncio da volta às nossas atividades rotineiras... Talvez, para a
maioria das pessoas, a sexta-feira (talvez o sábado) fique mais
animadora, uma vez que há aí a sensação de que a rotina poderá ser,
em parte, quebrada. Dormir mais tarde, acordar idem, dedicar-se a
a t i v i d a d e s d e l a z e r, u m a v i a g e m c u r t a t a l v e z .
Mas se prestarmos bem atenção, a rotina nos organiza e nos dá a
sensação de controle sobre nossa vida.
O problema é que no cotidiano nem sempre refletimos, já que o
mundo nos dá primeiramente o nível vivido. Nossos questionamentos
são, na maioria das vezes, vagos e sem consistência. Procuramos o
previsível, em uma clara postura conservadora. As abordagens de
mundo mais naturais em nosso cotidiano ficam por conta do senso
comum.
O conhecimento espontâneo é próprio do senso comum, que é
ametódico, fruto da tentativa humana de resolver os problemas de
nossa vida diária. Não há grandes questionamentos, não há a
criticidade necessária, não há planejamento dirigido. Assim, o
conhecimento é presa das aparências. Caso tenhamos antipatia por
alguém, fica difícil reconhecer o seu valor. Para uma mãe, por
exemplo, fica difícil avaliar a conduta do filho, já que o conhecimento
espontâneo não estabelece grandes conexões e nos traz conclusões
nem sempre isentas de preconceitos e estereótipos.