Ateneu Sociologia - Introdução | Page 2

A razão humana adquire formas diferentes no correr dos tempos. Gostamos do cotidiano? Á primeira vista, diremos que não. Triste nos é, por vezes, o final de um domingo, já que o mesmo é o prenúncio da volta às nossas atividades rotineiras... Talvez, para a maioria das pessoas, a sexta-feira (talvez o sábado) fique mais animadora, uma vez que há aí a sensação de que a rotina poderá ser, em parte, quebrada. Dormir mais tarde, acordar idem, dedicar-se a a t i v i d a d e s d e l a z e r, u m a v i a g e m c u r t a t a l v e z . Mas se prestarmos bem atenção, a rotina nos organiza e nos dá a sensação de controle sobre nossa vida. O problema é que no cotidiano nem sempre refletimos, já que o mundo nos dá primeiramente o nível vivido. Nossos questionamentos são, na maioria das vezes, vagos e sem consistência. Procuramos o previsível, em uma clara postura conservadora. As abordagens de mundo mais naturais em nosso cotidiano ficam por conta do senso comum. O conhecimento espontâneo é próprio do senso comum, que é ametódico, fruto da tentativa humana de resolver os problemas de nossa vida diária. Não há grandes questionamentos, não há a criticidade necessária, não há planejamento dirigido. Assim, o conhecimento é presa das aparências. Caso tenhamos antipatia por alguém, fica difícil reconhecer o seu valor. Para uma mãe, por exemplo, fica difícil avaliar a conduta do filho, já que o conhecimento espontâneo não estabelece grandes conexões e nos traz conclusões nem sempre isentas de preconceitos e estereótipos.