Auguste Comte identificou na sociedade dois princípios, para ele
vitais: o dinâmico, representante da forma mais complexa de uma
estrutura social (vide industrialização e urbanização) e o estático,
representante das formas elementares de organização social (vide
base familiar, estrutura religiosa, visão de propriedade e padrão de
linguagem). Para Comte, esses princípios sociais complementam-se,
devendo o estático ser privilegiado sobre o dinâmico, como forma de
se atingir o progresso sem a destruição da ordem.
Assim, os conflitos sociais deveriam ser resolvidos por meio da
valorização da harmonia, coesão e do bem-estar entre os indivíduos
de uma estrutura social, sempre na busca da evolução, o que significa
a suplementação do rural e pré-capitalista pelo urbano-industrial.
À primeira vista, o iniciante em Sociologia deve assustar-se com o
positivismo, indagando: “não é algo muito conservador e ingênuo?”.
Pode parecer nos dias de hoje, mas de forma alguma podemos
desconsiderar que o positivismo representou um primeiro esforço para
a análise científica da sociedade, rejeitando explicações religiosas,
teológicas e do senso comum. Eis aí um grande avanço. Os positivistas,
no entanto, não explicavam adequadamente que o industrialismo
gerava, constantemente, conflitos na Europa, onde camponeses e
operários, explorados pela busca desenfreada do lucro, buscavam na
organização e luta mudanças políticas e econômicas que lhes
favorecessem, entrando em choque com os donos dos meios de
produção.