Ateneu Os Lusiadas | Page 11

A Narrativa apresenta os episódios notáveis mais conhecidos do poema: O Consílio dos Deuses (C.I, 20-41) Nessa ação mitológica, a disputa entre Vênus e Baco tem o propósito de elevar os argonautas lusitanos à condição de semideuses. Os portugueses, senhores do amor e da guerra, protegidos por Vênus e Marte, triunfariam sobre o mar (Netuno) e os inimigos no Oriente (Baco). 20 “Quando os Deuses no Olimpo luminoso, Onde o governo está da humana gente, Se ajuntam em consílio glorioso Sobre as cousas futuras do Oriente. Pisando o cristalino Céu formoso, Vêm pela Via-Láctea juntamente, Convocados da parte do Tonante, Pelo neto gentil do velho Atlante. 21 Deixam dos sete Céus o regimento, Que do poder mais alto lhe foi dado, Alto poder, que só co'o pensamento Governa o Céu, a Terra, e o Mar irado. Ali se acharam juntos num momento Os que habitam o Arcturo congelado, E os que o Austro tem, e as partes onde A Aurora nasce, e o claro Sol se esconde.” (C.I, 20 e 21) Inês de Castro (C.III, 118-135) Episódio lírico-amoroso que envolve Dona Inês de Casto, dama de origem galega, e o príncipe Dom Pedro I. Amante do príncipe, a jovem foi morta em 1355 por questões de estado. A revolta de Dom Pedro teria ficado no imaginário popular, com narrativas macabras como a que o jovem príncipe teria desenterrado o corpo da amada e a teria coroada rainha de Portugal, obrigando a corte a beijar a mão da morta. No relato camoniano, o Amor é o culpado pela tragédia narrada. 120 "Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruto, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito,