Ateneu Literatura - Romantismo | Page 3

• O Romantismo Foi um movimento literário de reação ao equilíbrio clássico ao se vincular à Tradição Dionisíaca. A literatura romântica é a arte da fantasia, do sonho, valoriza o individual e as forças criativas do ser, baseia-se na inspiração, na intuição, na saudade, na cor local (=natureza), no histórico popular, na fé e na paixão. Contexto Histórico: Embora tenha dominado a primeira metade do século XIX, o Romantismo se originou ao final do século XVIII na Alemanha e na Inglaterra, mas se propagou na França após o início do século seguinte. Após a Revolução Francesa (1789) e a Revolução Industrial (1760) a aristocracia foi substituída pela burguesia. O sucesso político e o prestígio econômico dessa nova classe expressava um anseio de liberdades individuais que não se via na literatura clássica, símbolo do antigo regime. A fantasia, o sentimentalismo e a imaginação seriam a base de uma expressão artística que desrespeitava as regras e normas poéticas praticadas na Era Clássica (Renascimento, Barroco e Arcadismo). Desse contexto resulta o Romantismo: expressão literária dirigida à nova classe burguesa, apoiada na liberdade, na simplicidade temática, no fraseado mais próximo das aspirações populares. Temos, portanto, o “aburguesamento” da sociedade e da cultura. Com desenvolvimento urbano a Literatura deixou de ser praticada em salões aristocráticos da decadente nobreza, destinava-se agora ao consumo das massas através dos romances também publicados em folhetins nos jornais de época. Esse novo público leitor era formado pelo médico, o advogado, o professor, o banqueiro, o industrial, o comerciante, enfim, a base da classe burguesa. No Brasil, a permanência de Dom João VI e a corte no Rio de Janeiro (1808-1822) teve um papel fundamental na propagação dessa nova estética. O desenvolvimento urbano na capital carioca e a imprensa no Brasil, além de auxiliar para o processo de independência (1822) também foi fundamental para a popularização de um estilo nacional.