2. Imperfeitas, assoantes ou toantes – Quando não há analogia fonética
total, pois a correspondência é parcial : âmbar /amar - estrela / vela; A
rima é incompleta quando há homofonia vocálica e diversidade nas
consoantes, sempre a partir da vogal tônica. Ex.:
“Em minha mão, mais fresca que uma concha,
suspende aos olhos do Senhor
as lágrimas de fel da pobre monja
que amou demais o seu amor.”
(Guilherme de Almeida)
No exemplo acima, os vocábulos concha e monja apresentam
homofonia vocálica: “ o “ e “ a “ com diversidade de consoantes.
Devemos atentar para a volgal tônica “o” dando acento prosódico aos
versos.
Sobre a liberdade poética.
As possibilidades da poesia são imensuráveis. Há no conjunto dos estudos das
escolas literárias várias características que serão abordadas. Perceberemos que a
liberdade artística foi conquistada de forma gradativa.
O verso livre é autônomo em relação aos esquemas métricos, mas esta autonomia
é relativa, uma vez que a poesia não deixa nunca de integrar-se numa certa
Movimento Moderno
musicalidade e num certo ritmo. No
do início
do século XX, muitos poetas acreditavam que o século XIX tinha realizado o
máximo que podia ser conseguido com a métrica poética tradicional e rejeitaramna, preferindo métricas irregulares, que tornavam possível exprimir o
pensamento de modo claro e sem distorções. A mudança para o verso livre iniciouse sob influências muito diversas como a do poeta francês Stéphane Mallarmé, do
poeta norte americano Walt Whitman entre outros.
Em Portugal, podem considerar-se alguns dos poemas de Eugênio de Castro como
os primeiros em versos livres. Exemplos posteriores encontram-se nas obras de
Fernando Pessoa e seus heterônimos (particularmente Álvaro de Campos). No
Semana de arte Moderna
Brasil foi a
de 1922 que oficializou a
radicalização na experimentação poética.
Além dos versos livres o poema também pode apresentar a ausência de rimas,
para quando isso ocorre temos a nomenclatura de versos brancos. A combinação
desses dois termos define o que chamamos de versilibrismo.