Ateneu Geografia - Espaço Geográfico Urbano | Page 15
A análise da tabela permite concluir que:
• Das 17 maiores metrópoles do mundo, no início do século
XX, somente 5 permanecem hoje como megacidades.
• Na atualidade existe um maior número de metrópoles no
mundo subdesenvolvido para o desenvolvido. Em 1900,
entre as 17 metrópoles mundiais, apenas 2 (Pequim e
Calcutá) estavam em países pobres. Hoje, das 23
megacidades, 18 estão em países subdesenvolvidos.
• No passado, uma cidade de 1 milhão de habitantes já era
considerada gigantesca. No final do século XIX, elas eram
apenas sete. No início do século XX, chegaram a 20. Após a
Segunda Guerra Mundial, já eram 51, e hoje são quase 400
cidades, e mais de 250 delas em países subdesenvolvidos.
As novas megacidades crescem principalmente sobre a base da
expansão dos empregos no Setor Terciário, ao contrário das
metrópoles nascidas com a Revolução Industrial. Uma parcela muito
grande dos postos de trabalho oferecidos por Londres, Nova York ou
Chicago, no final do século XIX, estava diretamente ligada ao setor
industrial. A predominância do comércio e dos serviços somente veio
a se estabelecer em uma etapa posterior do desenvolvimento dessas
aglomerações urbanas.
Nas megacidades do mundo subdesenvolvido a situação é
completamente diferente. As fábricas oferecem uma quantidade
relativamente reduzida de empregos, em função do nível de
concentração de capitais e da sofisticação tecnológica alcançados pela
atividade industrial na atualidade. Grande parte da população
trabalha no Setor Terciário, em especial naquelas atividades que
exigem menor qualificação e oferecem baixa remuneração.
Em conseqüência, ocorre o processo da macrocefalia urbana, ou
seja, da concentração exagerada da população urbana nas cidades
mais importantes. As metrópoles, megalópoles e as megacidades
resumem os contrastes sociais do mundo atual. Abrigam luxuosos
hotéis internacionais, shopping centers e sofisticados sistemas de
telecomunicações com o exterior, mas estão rodeadas por imensas
favelas.