Andorar Poesia | Page 12

11 www.melinaguterres.com 13. TRÉGUA Escrever sem ódio já foi permitido Escrever com ódio já foi vivido Com paixão, com amor, sem amor, sem paixão, desilusão. Já cansei desse velho sentir Olhar nostálgico e senil Um brinde, logo é ano novo! Sem mais ciscos, Depois das gavetas, Consigo ver Esqueci de agradecer O lápis e papel que tua ausência me presenteou Sem mais dores, rancores, apenas aquele sorriso cúmplice Você queria ajudar e ajudou, Já posso dizer que o amor me tocou e passou E o meu luto Teve muito vinho tinto, Caneta vermelha Prometi todas vinganças Derramei sangue em livros, Fiz da música meu lugar de dormir, Entrei para mar, Virei seria, Me esqueci de mim, Só via conchas e dor, Sambei o amor Morri em cada rima, Nenhuma alma sã Entendeu, Exceto eu Já não acredito que mereças ler tal poesia Enxergo os erros meus E numa manhã quase cinza A juventude imatura, A dor que também provoquei Te desafiei, eu sei Super-heróis, eu vinguei Do cinema mudo, ao teatro absurdo, Suei, suamos e nos entregamos Tua terra Eu lua Embriaguei-me de saudade Acordei, Nua, tua Distante de mim, Distante de nós, Mas levantei, Eu ainda era nós. Assista: Recitando no EntreAutores / Santa Maria / 2016 https://www.youtube.com/watch?v=qQEoJjBaKC8