ALEGRIA ALEGRIA
mas não só disso é feito a
Bahia, somos uma grande
colcha de retalhos calei-
doscópicos cerzido à mão
pelas bordadeiras do Ca-
labá, somos a sofisticação
elegante do grupo de Val-
sa do Curuzu, carregamos
na nossa alma o suingue
africano, a sensualidade
indígena, a sofisticação
europeia. Ao sorrir um sor-
riso de pérola, ao abrir os
braços esculpidos em éba-
no, ao despejar toda nossa
Alegria Alegria, tentamos
disfarçar a dificuldade que
é ser baiano, disfarçamos
a desigualdade social, a
fome, a saúde e a educa-
ção precárias, a violência
entre tantos outros pro-
blemas... é claro que tudo
isso não são privilégios (ou
desprivilegios) da Bahia,
mas, de todas as cidades
brasileiras nós somos a
que conseguimos melhor
disfarçar essas macelas
para além do carnaval.
Bahia não é só pelourinho,
acarajé, carnaval. Bahia
é um estado em ebulição,
Salvador é uma cidade
em eterna construção, e
só um povo de raça pode
aguentar esse ritmo, pode
segurar essa vertigem. No
catálogo Alegria Alegria,
com o auxílio de três
marcas soteropolitanas,
vamos contar (não re-
contar) o que é ser baia-
no, vamos ampliar esse
espectro e desnudar essa
cultura tão criativa e
efervescente. Esse povo
autentico e fascinante.
DIGA AI
03
Um dos estados mais so-
noros do país, tem na sua
musicalidade uma das
maiores expressões da sua
cultura. Mas, acreditem:
ainda dizem que na Bahia
não há “nada que preste”.
Então me expliquem Cae-
tano Veloso, João Gilber-
to, Gilberto Gil, Dorival
Caymmi. E há quem diga
que “toda menina baiana
tem um santo que Deus
dá”! “Você já foi à Bahia,
nêga? Não? Então vá”!
Para esse semestre o Diga
aí conteúdo vem com a
proposta de um catálogo
Alegria Alegria que bus-
ca resignificar o que é ser
baiano. É sabido no mun-
do inteiro que a Bahia é
a terra do sabor, da cor,
do axé, do candomblé,