A crítica literária
em periódicos do século XIX:
Críticas positivas a alberto pimentel
Ao consultamos os periódicos do século XIX disponí-veis nos sites da Biblioteca Nacional de Portugal e da Heme-
roteca Digital Brasileira, encontramos pequenos parágrafos com críticas positivas em relação a algumas principais obras de Alberto Pimentel.
De modo geral, considerando a percepção da crítica literária deste período, pudemos concluir que os principais critérios utilizados para a qualificação das obras de Pimentel foram a temática e a fidelidade histórica com que este autor deu vida a seus romances, de forma a retratar o passado portu-guês de forma apaixonada e grandiosa.
Na dissertação de mestrado que escreveu sobre o au-
tor, Rute Faro (2005) destaca duas tendências compartilhadas por escritores portugueses na segunda metade do século XIX, importantes para se pensar a produção literária da época: o memorialismo e a valorização do regional e das tradições
populares. Nesta análise, Alberto Pimentel é compreendido partir das características que atualmente são atribuídas aos escritores do chamado romantismo português.
Faro (2005) salienta que "ao atentarmos num tal estudo, verificamos a riqueza do memorialismo português, sobretudo na segunda metade do século XIX, período no qual se insere a produção literária que, sobre o Porto, escreveu Alberto Pimentel" (pág. 9). Tal tendência memorialista diz res-peito à exaltação das lembranças e à valorização da memória como forma de resgate de tradições, valores e episódios de tem-pos idos. Uma postura conservadora, imersa em saudade.
De fato, o estilo literário de Alberto Pimentel é marca-damente apegado à memória. Nota-se isto nos prólogos que o autor escreveu a suas próprias obras, bem como no romance "A Porta do Paraíso" – ambos serão apresentados mais à frente.
"É um gosto dos velhos, pelo menos d'aquelles que vão envelhecendo, como eu, contar aos novos os factos de que a sua memoria esta cheia. É um gosto, porque parece que allivia a memoria do peso das recordações"
PIMENTEL, A. em "O Porto ha Trinta Annos" (p. 260)