@akmxoficial About Work by AKMX | Ano.01 | Ed.03 | Julho.2020 | Page 5
Um papo aberto com o FM
Rodrigo Winkler: desafios
e novas perspectivas
profissionais.
Não foram só os impactos da quarentena que impulsionaram
mudanças na vida de Rodrigo Winkler. Há 17 anos atuando
como FM nos mais diversos setores, Rodrigo agora atua
em um segmento específico e tradicional, desafiando sua
expertise, conhecimento e dinâmica de trabalho.
Quem é Rodrigo Winkler?
Um homem prestes a encarar a crise dos 40 anos, como
será hein? Casado há 10 anos, pai de dois filhos, formado
em administração de empresas, com especializações em
negociação, gestão de compras e fornecedores, atualmente
cursando o MBA na USP de Gerenciamento de Facilidades.
Aos domingos e um dia da semana, bem, agora online, atuo
voluntariamente como líder de uma comunidade com mais de
150 pessoas, com apoio religioso, emocional e de bem estar.
Nos tempos livres, gosto de conhecer novos lugares, aprender
com o passado, visitar parques e caminhar.
Qual sua história no mundo corporativo?
Comecei bem cedo, aos 14 anos ou antes disso. Certo dia, pedi
a minha mãe dinheiro para comprar doce. A resposta foi direta:
“dinheiro não se pede. Se trabalha para receber.” Este se tornou
um momento importante para mim. Sabia que precisava buscar
um trabalho para ganhar meu doce.
Já fui vendedor de panos de pratos e alho de porta em porta,
empacotador de supermercado, repositor, montador de
movéis, até que me encontrei em 2003 na área de facilities, um
mundo novo mas apaixonante.
Começei em uma multinacional chinesa, fabricante de ar
condicionado, fiquei lá por 5 anos. Costumo dizer que ali foi
minha faculdade de verdade. Em 2008 atuei no ramo de
tecnologia e serviços, desde então, esta tem sido a minha
trajetória, passando por grandes varejistas e uma startup. Em
2015 fui para Angola. Fiquei por um ano em uma empresa líder
no mercado de facilities services na África.
Quase sempre atuei com “dois chapéus”: gerente de facilities
e compras de indiretos. Sou imensamente grato à todos que
trabalham comigo e que se fizeram verdadeiros parceiros.
Também aos líderes que confiavam e acreditavam em ideias
sempre apresentadas com fatos e dados.
Quais os maiores desafios e aprendizados?
Os maiores desafios estão em ter uma boa equipe, alinhada
contigo e com a estratégia da liderança, sabendo ouvir e atender,
superando necessidades e desejos dos clientes, desenvolvendo
bons fornecedores e atuando de forma planejada.
Errei muito no passado por não entender pedidos dos cliente
internos. Hoje acredito que erro menos. Procuro levantar da
cadeira e ir até o cliente, ouvir, conversar, entender o que é
esperado. Faço com que ele participe do processo, conquistando
novos espaços para projetos futuros.
Uma equipe alinhada é garantia de 90% de acerto. Sempre
digo isso para a equipe: “Só trabalho com quem eu confio” o
time precisa confiar em você e nós neles.
Também reservo boa parte do meu tempo desenvolvendo
novos fornecedores. O respeito, transparência e confiança
mutua devem ser a base de qualquer relação comercial. Hoje,
passamos por um processo de mudança cultural na prestação
de serviço.
Como você tem usado seu conhecimento a favor de suas
demandas diárias?
Eu acredito na metodologia dos 10% de aprendizado formal
(sala de aula, livros etc.), 20% relacionamento com outras
pessoas da área em que auto e 70% prática. Tenho reservado
mais tempo para melhorar práticas que já utilizo. Hoje, foco em
melhorar o checklist predial com recursos tecnológicos.
O que você considera como “prática corporativa” que se
enquadra neste seu novo ciclo de atendimento?
Um conjunto de ações fomentadas pela corporação em busca de
melhorar a vida de seus clientes e colaboradores contribuindo
com a comunidade. Hoje, trabalho para um empresa tradicional
que tem buscado agir seguindo orientações governamentais e
ouvindo feedbacks de cada colaborador.
Quais fatores um FM deve explorar como potencial?
É importante estar atento às mudanças e não ser engolidos por
elas. Tenho ouvido reclamações sobre mudanças no mercado.
É preciso inovar, se atualizar, trocar experiências, se permitir
testar e errar, corrigir e aprender.
Precisamos nos posicionar, antecipar, planejar e sermos
protagonistas das mudanças. As outras áreas nos enxergam
como colaborativos, não como burocráticos, engessados
e antiquados. O nosso foco deve estar nas pessoas e nas
experiências que elas tem diariamente.
O que executivos esperam de um FM?
Um profissional equilibrado, com senso de urgência, planejador,
estratégico, que pense e saiba agir fora da caixa. Que seja
mediador de possíveis conflitos, negociador, resiliente, lidere
pelo exemplo e honestidade.
Quais características profissionais um FM deve se atentar?
Penso que ele deva gostar de servir as pessoas. Isso mesmo:
servir. Um termo que talvez traga uma reflexão de inferioridade,
mas na verdade em sua essência, não é. Grandes líderes da
história priorizavam os interesses de seus liderados.
O que tem sido mais motivante nesse novo ciclo que vivemos?
Acabei de mudar de emprego e cidade, sai de uma startup
para um ambiente tradicional. Sou o único administrador,
numa posição que tradicionalmente seria ocupada por um
engenheiro.
Minhas experiências tiveram influência na decisão. Sei bem
o peso da responsabilidade sob meus ombros. Quero fazer o
melhor e honrar a categoria de FM, sem rótulos de formação.
Isso para mim é motivador e empolgante.
Fazer parte das transformações do mercado, por conta da
pandemia, em meio ás oportunidades que virão é maravilhoso.
Em resumo, construir e contribuir para uma comunidade
melhor com foco no indivíduo.
Sairemos melhores, seremos mais atentos às necessidades
das pessoas, mais cuidados com nossa saúde e familiares,
negociaremos melhor. A qualidade na prestação de serviços
será melhor. O que temos a fazer é enchergar presente e futuro
de forma otimista.
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