MULHERES
Pediu ajuda a Cleusa, que lhe ex-
plicou que não tinha a menor noção de
como fazer um bolo.
Rosa insistiu, iria ajudá-la em cada
etapa, da massa ao recheio. E deu certo: o
bolo fi cou lindo e saboroso, agradando a
todos. Separada e com um fi lho pequeno
para criar, esse complemento fi nanceiro
poderia ajudar Cleusa. A compra de uma
batedeira foi fi nanciada por Rosa, sua
maior incentivadora, que ainda se propôs
a comprar seus bolos quinzenalmente e
indicar seus clientes.
As encomendas começaram a au-
mentar, e Cleusa já nem dormia mais
trabalhando durante o dia na empresa e
à noite fazendo bolos. Chegou a um pon-
to de não ter mais condições de fazer os
dois, e optou pelos bolos. Com o dinheiro
da rescisão de seu irmão, eles abriram
sua primeira loja. Logo, depois Cleusa
abriu mais uma loja com uma amiga, e
em pouco tempo estava com quatro lo-
jas. Um cliente que sempre comprava
bolo para levar para sua esposa insistia
para que ela abrisse uma franquia em São
Paulo. De tanto ele falar nisso, Cleusa foi
fazer o curso de franquia em São Paulo,
na Associação Brasileira de Franchising
– ABF. Esse cliente foi seu primeiro fran-
queado, na Vila Guilherme, e a partir dele
surgiram centenas de interessados.
Perguntamos para Cleusa qual o
segredo do seu sucesso: “Paciência, aci-
ma de tudo, com foco e sabedoria.
Saber comandar sem mandar, com-
partilhar, aprender e ensinar.
A luta foi dura. Não foi fácil adminis-
trar falta de dinheiro, casa, fi lhos, marido e
empresa. Foram algumas horas de choro
embaixo do chuveiro mas depois vinha a
solução do problema. Não nasci para ser
dona de casa nem depender de ninguém.
Nunca tive difi culdades ou precon-
ceitos por ser mulher. Tudo tem um preço,
mas todo o meu esforço valeu a pena!”
AGENDA DO VIAJANTE I 55