nossa própria condição humana, torna-se possível perceber o Rio de Janeiro como espaço que é socialmente
reconstruído. Espaço-tempo de contrários e metáforas
que o qualificam. Porquanto a ordem e a desordem; a
elite e o povo; o bem e o mal; o mundo do asfalto e o
mundo da favela; a casa e a rua; a civilização e a barbárie; a segurança e o perigo; a escassez e a abundân“As cidades, como os sonhos, são construídas por dese- cia; os homens bons e a turba, por meio de vivências do
jos e medos, ainda que o fio condutor de seu discurso nosso cotidiano, se entrelaçam e forjam um lugar para
seja secreto, que as suas regras sejam absurdas, as suas a nossa humanidade.
perspectivas enganosas, e que todas coisas escondam
uma outra coisa. (...). De uma cidade, não aproveita- No período colonial, o Rio de Janeiro articulava domimos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a nação metropolitana e centro portuário, onde se interresposta que dá às nossas perguntas.”
cambiavam mercadorias e ideias entre os “dois munÍtalo Calvino. As cidades invisíveis (2008).
dos” atlânticos – o da civilização e o do além mar. A
A Cidade do Rio de janeiro
Entre histórias e vivências
by Ana Maria Ribas
Imortalizada por artistas, poetas, músicos, carnavalescos, especialistas, quais sejam, a cidade do Rio de
Janeiro é vista como uma das cidades mais belas do
mundo. A “Cidade Maravilhosa” !? Cidade, que já foi
o centro político burocrático do Brasil, é considerada
uma dádiva da natureza. Cidade cosmopolita aberta
ao turismo e aos transeuntes. Aquela que ora seduz e
cativa pela alegria