A última viagem | Page 2

U m prato virado ao avesso estava onde seus joelhos uma vez estiveram. A mão do esqueleto permanecia imóvel sobre uma carta inacabada. “O sol está brilhando, mãe, mas eu sinto tanto frio. Eu ainda posso caminhar um pouco, mas só um pouco. Não há mais sangue em mim, porque faz muito tempo que eu não como nada. Hoje fazem quarenta dias que eu não vejo outro ser humano. Eu tenho algumas revistas aqui, mas as histórias são muito bobas. Eu tenho algumas cartas, mas eu não gosto de jogar. A minha única preocupação é se Deus perdoará ou não os meus pecados.” Essas foram as últimas palavras do jovem explorador em Long Rapids, Rio Hay, localizado na província de Alberta, no Canadá, antes de entrar na eternidade. Quem não sentiria pena de um jovem rapaz, prestes a morrer sozinho, com medo de se encontrar com Deus? Um dia nós também teremos de nos encontrar com Deus. É possível que o seu leito de morte seja bem diferente daquele do explorador. Talvez você esteja cercado pelo conforto que o dinheiro é capaz de comprar. Possivelmente receberá o cuidado e o amor de todos os seus amigos.