A Voz dos Reformados - Edição n.º 179 Setembro/Outubro 2022 | Page 8

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Palavras de Paz

Paz só com desarmamento

Mais até do que noutros momentos, é hoje decisivo alargar a ação e a luta pela proibição total das armas nucleares e de destruição massiva. No dia 26 de Setembro, assinalando o Dia Internacional pela Eliminação das Armas Nucleares, o Conselho Português para a Paz e Cooperação considerou « inquietante e inaceitável que venha a ser encarada, por parte de diversos protagonistas e responsáveis, no quadro da gradual escalada de guerra na Ucrânia, a partir da sua continua instigação e agravamento, a eventualidade da utilização de armamento nuclear ». E reafirmou a urgência de « pôr fim à instigação da escalada de guerra », através de iniciativas que « promovam o diálogo e uma solução negociada para o conflito, para evitar ainda uma maior tragédia na Europa e no Mundo ». O lançamento, pelos EUA, de duas bombas nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, em Agosto de 1945, matou ou feriu gravemente centenas de milhares de pessoas, num mar de fogo e radiação – e continua a matar, ainda hoje, mais de sete décadas passadas. Pela dimensão e poderio dos atuais arsenais nucleares, a utilização deste tipo de armamento nos nossos dias, não se limitaria a replicar o horror de Agosto de 1945, antes o multiplicaria por muito, colocando em risco a própria sobrevivência da Humanidade. O caminho a seguir é aquele que a Constituição da República Portuguesa consagra, o desarmamento geral, simultâneo e controlado. Hoje, assume particular importância dar mais força ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares( TPAN), aprovado em 2017 por uma Conferência realizada no âmbito das Nações Unidas e entrou em vigor desde 2021, quando 50 países ratificaram a sua adesão: contudo, nenhum dos países detentores de armas nucleares aderiu ao tratado, assim como nenhum dos membros da NATO; na União Europeia, apenas a Irlanda e a Áustria ratificaram o TPAN. Só a submissão dos sucessivos governos portugueses à NATO pode explicar o facto de Portugal não ter aderido ao Tratado, à revelia aliás da própria Constituição. Mas esta não é, seguramente, a vontade da maioria dos portugueses, que desejam a paz, o desarmamento e o fim da ameaça nuclear: o CPPC tem a circular uma petição que reclama das autoridades portuguesas a adesão ao Tratado de Proibição das Armas Nucleares. Herdeiro e continuador do movimento pela paz surgido na sequência da Segunda Guerra Mundial e de uma grande campanha mundial pela abolição das armas nucleares, o CPPC mantém-se assim fiel aos seus princípios, apelando à mobilização dos portugueses pelo fim das armas nucleares, pelo fim da guerra, de todas guerras, pela paz.

Dia Internacional do Idoso assinalado com luta

Em Beja, cerca de 70 pessoas comemoraram o Dia Internacional do Idoso, com uma ação promovida pelo Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos do concelho. Além das intervenções políticas – a cargo dos presidentes da Associação e da Federação Distrital, bem como de Manuel Passos, da Direção Nacional do MURPI – o momento contou com uma atuação musical e de um contador de histórias, num convívio animado.
O Dia Internacional do Idoso, assinalado a 1 de Outubro, foi instituído pela Organização das Nações Unidas( ONU) em 1991, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e de cuidar a população mais idosa.
A propósito da data, o MURPI produziu um folheto intitulado « Repor o poder de compra das pensões », com o mesmo título de uma petição dirigida à Assembleia da República que dá expressão à justa exigência de valorização das pensões, substitutivas do rendimento do trabalho, no âmbito da segurança social pública, universal e solidária. Noutro documento, de 15 de Agosto, a Confederação exigiu o « aumento extraordinário das pensões », face ao « agravamento do custo de vida impulsionado pela subida constante da inflação », que « provoca a subida de preços de bens essenciais », como « dos produtos energéticos, a alimentação, as rendas e os custos com a saúde ». Esta « recusa » do Governo « condena milhares de reformados, pensionistas e idosos a viverem com dificuldades acrescidas para se alimentar, contribuindo para a elevação da pobreza entre as pessoas idosas, ao mesmo tempo que se agravam as desigualdades sociais ».

43.º aniversário do SNS

A 15 de Setembro, dia em que se celebrou o 43.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde( SNS), o MURPI defendeu uma « forte aposta no investimento nos cuidados de saúde primários, garantindo médico e enfermeiro de família a todos os reformados e o acesso, sem constrangimentos, às consultas e tratamento das especialidades, a todos os serviços de
Para o MURPI, « a saúde é um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa através do SNS ».
saúde mental, bem como a consultas de saúde pública ». O Estado deve ainda « assegurar a gratuitidade de
« Não é o aumento de salários e de pensões que faz aumentar a inflação, mas sim o forte aumento dos preços dos combustíveis, da energia e dos bens alimentares », feitos « por via especulativa, aproveitando o pretexto da guerra », salienta o MURPI. Só no primeiro semestre de 2022, os cinco maiores bancos obtiveram lucros de 1,3 milhões de euros e as sete multinacionais do petróleo 117,8 milhões de euros.
No dia 8 de Outubro, Isabel Gomes, presidente do MURPI, participou na « 3.ª Idade em Festa », iniciativa onde estiveram cerca de 400 idosos do concelho de Avis. Este almoço-convívio comemorativo do Dia do Idoso foi promovido pelo município.
medicação para doenças crónicas e incapacitantes, sem a qual a vida do doente fica em risco ». Num documento assinado pela presidente da Direção da Confederação, Isabel Gomes recorda que « a saúde é um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa através do SNS, um direito de todos os portugueses, e uma função social do Estado fundamental para garantir aos reformados, pensionistas e idosos um envelhecimento com qualidade de vida e bem-estar ». A dirigente sublinha, também, que as « insuficiências e incapacidades » sentidas no SNS « resultam da política de desinvestimento » de sucessivos governos.