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8 A Voz dos Reformados | Maio / Junho 2022
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Palavras de Paz
Trilhar o caminho da paz
Os desfiles Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!, de 25 e 29 de Junho, respectivamente em Lisboa e no Porto, convocados por personalidades e subscritos por várias organizações das mais diversas áreas de intervenção, deram forte expressão pública à convicção de que não é com a guerra, a chantagem, a ameaça, o militarismo que se constrói e defende a paz. Ou seja, e ao contrário do que por aí se tem dito, o aumento das despesas militares, a corrida aos armamentos, a produção de mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, a instalação de mais bases militares em países terceiros, não contribuem para a paz – aliás, foram o caminho que conduziu à presente situação no Leste da Europa. Este rumo, que alguns pretendem agora intensificar, representa sim uma inquietante ameaça para todos os povos da Europa e do mundo, para mais num momento em que se agrava a fome, a doença e a pobreza. A paz é muito mais do que mera ausência de guerra. É condição para todos os direitos. O respeito pelos princípios do direito internacional, conformes com a Carta da ONU e os constantes na Acta Final da Conferência de Helsínquia, é o caminho para garantir a paz, a segurança, a cooperação, a justiça, os direitos dos povos. Todas as guerras devem ser evitadas, todas as vítimas merecem solidariedade: na Ucrânia como na Palestina; no Iémen como na Somália; na Síria como na Líbia. O movimento de apoio ao Apelo e aos desfiles de Lisboa e do Porto, incluindo por parte do CPPC e do MURPI, deu voz à defesa na diplomacia para a solução política dos conflitos, que não deve ser substituído pela ingerência, pela desestabilização, pelos bloqueios e as sanções, pelas intervenções, invasões e ocupações militares, pela guerra, pelo uso ou a ameaça do uso da força nas relações internacionais, com todas as suas dramáticas consequências. As próprias sanções são de rejeitar e condenar, pois não só se inserem na lógica de confrontação como atingem as condições de vida das populações – tanto dos países que as sofrem como dos que as impõem. A nossa realidade aí está a comprová-lo. Porém, há quem ganhe – e muito – com elas! O caminho para a paz, na Ucrânia e em qualquer outro ponto do mundo, está definido e é preciso trilhá-lo com coragem e confiança. A Constituição da República Portuguesa, expressão da Revolução de Abril, consagra-o no seu artigo 7.º, que consagrada princípios como a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado. Neste caminho, que continua para lá de 29 de Junho, todos não somos nem seremos de mais!
Exigem-se « pensões dignas » no Piquenicão do MURPI
Sob o lema « Pensões dignas, envelhecer com direitos », realizou-se, no dia 19 de Junho, no Parque Urbano da Quinta da Marialva, em Corroios, Seixal, o 25.º Piquenicão Nacional e o 19.º Piquenicão Distrital de Setúbal do MURPI.
Em dois palcos e durante todo o dia, atuaram cerca de 40 grupos das associações de reformados de todo o País, filiadas no MURPI. Esta iniciativa conjunta deu centralidade à necessidade dos grupos retomarem os ensaios e a sua participação na vida ativa. Isabel Gomes recordou algumas das principais orientações e reivindicações do 10.º Congresso, como « o aumento das reformas para todos, num mínimo de 20 euros ». Exigem-se ainda respostas nos domínios do sistema público de Segurança Social; da rede de equipamentos e serviços de apoio à terceira idade; de uma proteção nas situações de dependência; do Serviço Nacional de Saúde; da mobilidade e direito
« Estamos aqui, em pleno, para retomar o direito a viver », afirmou Isabel Gomes, no Piquenicão do MURPI
ao transporte público; do combate e prevenção à pobreza; do acesso à habitação de qualidade. Na sua intervenção, apelou ainda à leitura do Jornal do MURPI « A Voz dos Reformados ». « É preciso, necessário e urgente que todos vós o leiam, que chegue a mais reformados, que se cumpra a campanha de novos assinantes », referiu a recém eleita presidente da Direcção da Confederação, lembrando que « a grande maioria das iniciativas que se realizam nas vossas associações estão noticiados no nosso jornal, com fotos que mostram a vossa atividade ». Antes, intervieram Hugo Constantino, presidente da Junta de Freguesia de Corroios, e Maria João Macau, vereadora na Câmara do Seixal, entidades que apoiaram a concretização do Piquenicão. A iniciativa contou com a presença de Paula Santos, presidente do Grupo Parlamentar do PCP.