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8 A Voz dos Reformados | Novembro / Dezembro 2021
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Palavras de Paz
Soberania e desenvolvimento
O CPPC, em conjunto com outras organizações e movimentos, promoveu nos últimos meses várias ações de solidariedade com os países vítimas de bloqueios e sanções unilateralmente impostas pelos Estados Unidos da América, com ilegal carácter extraterritorial e graves impactos nas condições de vida dos seus povos e no seu legítimo direito ao desenvolvimento soberano. No caso de Cuba, o bloqueio foi imposto no início da década de 60 do século XX e agravado em períodos particularmente sensíveis para o povo cubano. Desde há três décadas, que a esmagadora maioria dos países do mundo reclamam, em votações anuais na Assembleia--Geral das Nações Unidas, o levantamento do bloqueio, mas ele não só persiste como se agravou uma vez mais em 2020, em plena pandemia de COVID-19. Só entre Abril e Dezembro de 2020, o bloqueio provocou à economia cubana prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares e dificultou o acesso a medicamentos e equipamentos médicos e obrigou Cuba a comprar equipamentos e reagentes para a produção das suas próprias vacinas contra a COVID-19 a preços muito superiores aos praticados internacionalmente. ••••• Também a República Bolivariana da Venezuela está confrontada com um bloqueio económico, financeiro e comercial que lhe dificulta o acesso a medicamentos, alimentos e outros importantes bens e serviços. Um dos aspetos mais graves deste bloqueio é a retenção em diversas instituições financeiras internacionais de fundos que pertencem ao Estado e ao povo venezuelanos. Uma dessas instituições é o Novo Banco, maioritariamente detida pelo fundo abutre norte-americano Lone Star, mas no qual o Estado Português também é acionista através do Fundo de Resolução, compactuando por isso com a retenção dos fundos do povo venezuelano. Em Julho, o Novo Banco não procedeu ao pagamento solicitado pelo Banco de Desenvolvimento Económico e Social da Venezuela para aquisição de vacinas e medicamentos destinados a crianças venezuelanas. As sanções unilaterais impostas pelos EUA a Cuba e à República Bolivariana da Venezuela( mas também à Síria, à Nicarágua, ao Irão, à RPD da Coreia) violam abertamente a Carta das Nações Unidas e o direito internacional e constituem crimes que importa denunciar e a que urge pôr cobro. Respondem a interesses políticos e geo-estratégicos e contrariam os interesses dos povos, sobre quem recai em primeiro lugar as suas dramáticas consequências. Pôr-lhes fim é um desígnio de todos quantos defendem a paz e os direitos dos povos: foi isso mesmo que se exigiu em Lisboa a 11 e 15 de Novembro, em duas concentrações de solidariedade com os povos da Venezuela e de Cuba, que como quaisquer outros têm o direito à paz, ao progresso e à soberania.
Governo deve concretizar reivindicações do MURPI
A Assembleia Geral da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI, reunida no dia 20 de Novembro, aprovou uma tomada de posição onde aborda a rejeição do Orçamento do Estado( OE) para 2022 e a decisão do Presidente da República pela dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas.
No documento, afirma-se que o atual Governo deve assegurar o cumprimento integral do OE 2021, uma vez que possui todas as condições para tomar as medidas necessárias, exigidas pelo MURPI, que mitiguem as consequências do confinamento e, deste modo, permita a retoma das atividades sociais e culturais das associações de reformados. A Confederação defende ainda que o Executivo PS deve concretizar, no início do próximo ano, algumas das matérias contidas no Caderno Reivindicativo do MUR- PI, nomeadamente o aumento extraordinário das pensões, por ser prioritário fazer face à grave situação sócio-económica dos pensionistas. Como salientam os reformados, pensionistas e idosos, não deve ser adiada a justiça a quem trabalhou uma vida inteira, incluindo aqueles que na última década viram as suas reformas congeladas. O MURPI compromete-se, por isso, a encetar todas as formas de luta necessárias para intervir junto das suas associações de reformados em torno da justeza das reivindicações constantes no seu Caderno Reivindicativo, nomeadamente a urgente atualização de todas as pensões; o reforço dos serviços públicos que garanta meios eficazes no combate à pobreza e na melhoria das condições de vida; o reforço do Serviço Nacional de Saúde para garantir mais saúde de proximidade aos idosos; a superação das fragilidades da atual Rede de Equipamentos de Apoio Social; o apoio ao movimento associativo dos reformados; o combate ao isolamento e solidão e a promoção da fruição cultural. A terminar, a Confederação apela aos reformados, pensionistas e idosos que, no dia 30 de Janeiro, participem ativamente nas eleições legislativas e apoiem aqueles que nunca abandonaram o compromisso da defesa dos direitos dos reformados, repondo direitos que foram retirados pelo governo da troika.
MURPI solidário com as lutas dos povos do mundo
A Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI participou na concentração realizada no dia 15 de Novembro, em Lisboa, sob o lema « Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá ». Frente à embaixada de Cuba foram entoadas palavras de ordem como « Cuba sim! Bloqueio não!» ou « Cuba vencerá ». O momento contou com as palavras de representantes do Conselho Português para a Paz e Cooperação( CPPC), da CGTP-IN, da Associação de Amizade Portugal-Cuba e da Associação Projecto Ruído, que exigiram o fim do bloqueio, das ingerências e das sanções de desestabilização contra Cuba. Na iniciativa, exigiu-se do Governo português uma acção firme e determinada em defesa dos direitos do povo cubano à paz, à soberania, ao desenvolvimento.
América Latina
Dias antes, a 11 de Novembro, dezenas de pessoas concentraram-se junto à sedo do Novo Banco, também em Lisboa, para exigir a devolução dos fundos venezuelanos retidos por esta instituição bancária. Recentemente, o Novo Banco( que retém mais de 1500 milhões de dólares do Estado venezuelano) não procedeu a um pagamento de medicamentos e vacinas destinados a crianças, o que demonstra a total desumanidade daqueles que todos os dias falam de direitos humanos. No mesmo dia, 11, na Universidade do Popular do Porto, realizou-se uma iniciativa de solidariedade com a América Latina, onde se reafirmou a importância da luta dos povos contra ingerências externas, bloqueios e sanções. Reafirmou-se também a importância da solidariedade como elemento indispensável à construção de um mundo de paz e solidariedade. Estas iniciativas contaram com o apoio do MURPI.