A Voz dos Reformados - Edição n.º 172 julho/Agosto 2021 | Page 3

Em foco
Reivindicações para 2022
Campanha para divulgar « A Voz dos Reformados »
Julho / Agosto 2021 | A Voz dos Reformados 3

Em foco

E D I T O R I A L

Exigimos soluções para as nossas propostas

Casimiro Menezes

MURPI analisa primeiro semestre de 2021

Retomar a vida associativa

A Direção da Confederação Nacional de Reformados , Pensionistas e Idosos – MUR- PI esteve reunida , no dia 18 de Junho , para fazer o balanço das atividades do primeiro semestre de 2021 .
Na reunião da Direção do MURPI foi analisado o trabalho desenvolvido pelas federações visando a reabertura das associações , mas também identificados os estrangulamentos encontrados para a sua concretização . Relativamente à luta pela defesa de direitos , salientou-se a necessidade de melhor identificar os constrangimentos das funções sociais do Estado nas áreas da saúde , proteção social e melhoria das pensões . Tendo em conta os conteúdos dos Cadernos Reivindicativos para 2020 e para 2021 , considerou-se ser fundamental avaliar não só tudo o que foi conseguido , como aquilo que é necessário recuperar em consequência desta crise pandémica .

Reivindicações para 2022

Abordado foi , igualmente , o papel interventivo dos dirigentes do MURPI no Conselho Geral de Supervisão da ADSE e do Conselho Económico e Social . A reunião contou com a presença de dirigentes dos distritos do Porto , Leiria , Lisboa , Setúbal , Évora e Beja . Como salientou , Casimiro Menezes , presidente do MURPI , o primeiro semestre deste ano ficou marcado pela diminuição das atividades programadas , em consequência das medidas do confinamento resultante da pandemia . Contudo , nesse período foram realizados contactos e concretizadas reuniões dos órgãos dirigentes e as respetivas assembleias gerais , nomeadamente das diferentes federações , para aprovação do Relatório de Atividades e Orçamento para 2020 . Aprovados foram também diversos documentos sobre a situação dos reformados , decorrente da COVID-19 , e reivindicando medidas em defesa dos seus direitos . No dia 17 de Março , por exemplo , foi aprovado um apelo intitulado « O direito a viver . Retomar a vida associativa », em que , após análise das consequências da crise sanitária nos reformados e no seu movimento associativo , preconiza a luta pela retoma da vida associativa com medidas de segurança sanitária e a luta pela defesa dos direitos à saúde , à proteção social e à valorização das pensões e dos rendimentos , só concretizável a partir das federações e da reabertura das associações .
Desta reunião saíram linhas orientadoras para a definição de um Caderno Reivindicativo para 2022 , a ser aprovado pelo MURPI em Setembro de 2021 , que deverá ter em conta a luta pela concretização das medidas do reforço do movimento associativo e o debate necessário sobre as medidas que o Governo deve assumir para garantir o direito ao envelhecimento com dignidade . « É nesta luta que devemos empenhar todas as iniciativas a programar , ao mesmo tempo que se recupera a confiança e se vença progressivamente o medo e a insegurança instalados e promovidos pela COVID-19 », salientou Casimiro Menezes .

Campanha para divulgar « A Voz dos Reformados »

Isabel Gomes , dos organismos executivos do MURPI , falou sobre « A Voz dos Reformados » e da importância deste jornal « chegar a mais gente ». « Cada um de nós tem de ser portador desta mensagem : como chegar a outros , quer individualmente , quer tentando chegar a organismos onde se encontrem reformados : centros de convívio , bibliotecas , coletividades , juntas de freguesia », salientou a dirigente , reforçando : « É um trabalho que compete às federações , mas que pode ser feito por todos nós ». « Temos de realçar que uma campanha de novos assinantes ( do jornal ) não resulta apenas da divulgação de material de propaganda , mas da ação política de cada um de nós de convencer outros a subscreverem o jornal , pela ação direta , conversando ; trata-se de mais uma forma de divulgar o MURPI e estabelecer um elo entre todos », acrescentou a dirigente , reforçando que os dirigentes do MURPI , a todos os níveis , « estão responsabilizados por divulgar o nosso jornal ».
Este é um tempo novo para sarar todo o mal com que fomos confrontados . Já é possível avaliar as consequências nefastas das medidas excessivas que produziram muito mal aos reformados , pensionistas e idosos . O encerramento dos centros de dia condenou os reformados a mais isolamento e a tudo quanto isto significa de danos na sua saúde mental , que não foi salvaguardada com as medidas de confinamento . O peso da mortalidade e o elevado número de pessoas afetadas pela doença COVID-19 representa o aspeto mais dramático a que assistimos durante as vagas da epidemia e que atingiu particularmente os residentes em lar para idosos . A pandemia demonstrou quão frágil e insuficiente é a rede de proteção existente a nível nacional e tornou ainda mais claro a necessidade urgente de dotar o País de uma rede pública de equipamentos sociais dimensionada em espaço e dotada de recursos humanos e técnicos necessários . O MURPI reivindica que é necessário reativar , reorganizar e reorientar o funcionamento urgente dos centros de dia com o apoio social e financeiro da Segurança Social . O bom desempenho dos profissionais de saúde e do Serviço Nacional de Saúde – sem deixar ninguém para trás , como os doentes não COVID-19 – não pode mascarar a insuficiência de profissionais . A consequência na saúde mental das pessoas idosas tem de ser tratada com grande empenho , urgência e com a abrangência nacional . A profunda crise económica e social , com graves consequências no aumento do custo de vida e no agravamento do poder de compra de milhares de reformados com baixas reformas , exige uma solução que contemple a atualização de todas as pensões . Na habitação e mobilidade local , regional e nacional tornam mais exigentes as soluções que as adequem às necessidades mais sentidas e que contribuam para uma melhor qualidade do viver nesta fase avançada da vida de acordo com os padrões de vida mais exigentes . O MURPI apela à mobilização dos seus quadros para combater a pandemia de medo , de modo a garantir uma melhor intervenção das suas estruturas organizativas , contribuindo para o reforço do movimento associativo dos reformados . Temos propostas para estes e outros problemas ; temos um movimento associativo de reformados exigente e reivindicativo . Precisamos e exigimos do Governo a aprovação e a concretização destas propostas que respondam adequadamente e com a urgência às necessidades verificadas e sentidas pelos idosos . Exigimos envelhecer com dignidade .