A Voz dos Reformados - Edição n.º 165 Maio/Junho 2020 | Page 4
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Atual
A vida dos mais idosos não pode ficar
A prevenção e o combate ao
surto epidémico para todos
os cidadãos, designadamente
para os que têm mais de 70 anos,
têm de ser acompanhados pela
valorização do papel que tiveram
enquanto trabalhadores, pelo
valor da sua participação social,
política e cultural nesta fase
da sua vida e pelo contributo
à sociedade da sua experiência
e saberes.
Esta foi uma das ideias trazidas à audição «Combate
ao vírus e defesa dos direitos dos reformados,
pensionistas e idosos», realizada por videoconferência,
no dia 12 de Maio, que contou com
a participação, entre outros, de dirigentes da
Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas
e Idosos – MURPI. Neste debate de ideias
promovido pelo Partido Comunista Português,
Manuel André, da Direção do MURPI, começou
por lembrar que naquele mês os pensionistas
do Regime Geral da Segurança Social e da Caixa
Geral de Depósitos receberam um aumento
extraordinário de pensões. «São cerca de um
milhão e 800 mil os pensionistas
abrangidos» (ver pág.
2), destacou, considerando
positivo que, à semelhança
de 2017, 2018 e 2019, «este
ano também exista um aumento
extraordinário para
recuperar o poder de compra
das pensões».
Segundo o dirigente, a «aplicação
das pensões aplicada
em Janeiro do corrente ano
não repõe o poder de compra
perdido em 2019 e muito menos
do que foi perdido durante
os anos em que as pensões
estiveram congeladas».
Deu como exemplo um pensionista com mais
de 30 anos de descontos e uma pensão mínima
(recebia, em Dezembro de 2019, 410,56 euros).
Em Janeiro de 2020 foi aumentado 2,87 euros,
atingindo 413,43 euros.
Agora, o
aumento extraordinário
foi de 7,13
euros, completando
um
aumento de
10 euros, recebendo
no
total 420, 56
euros.
«Este aumento
extraordinário
só é possível
em resultado da luta dos reformados,
pensionistas e idosos organizados pelo
MURPI» e da «ação persistentes do PCP», sublinhou
Manuel André, frisando que a valorização
«O MURPI continuará a sua intervenção
e luta em defesa de um Sistema
Público de Segurança Social, visando
a concretização da recuperação do
poder de compra dos pensionistas e
a melhoria dos serviços públicos, nomeadamente
do Serviço Nacional de
Saúde, reivindicações que são justas e
necessárias no respeito pelo direito a
envelhecer com direitos, com saúde e
bem estar».
Manuel Pinto André
das pensões «constitui um elemento
fundamental para garantir
a autonomia económica
e social dos reformados e aposentados
que sempre fizeram
os seus descontos» e implica
a «valorização dos salários dos
trabalhadores no ativo, a erradicação
da precariedade e do
desemprego».
Reforçar o SNS
Isabel Gomes, também da Direção
do MURPI, reforçou que
a «saúde precisa de um plano
de emergência que reforce o
Serviço Nacional de Saúde
(SNS) no combate à pandemia
do COVID-19». «Os profissionais
da saúde deram provas inequívocas de que
o SNS tem potencialidades e capacidades de dar
resposta adequada às situações de urgência motivadas
pela pandemia», afirmou, destacando a
importância «dos cuidados médicos da Saúde Pública,
dos Cuidados Primário e dos Hospitalares
na definição do plano de emergência de combate
à epidemia que não só
conteve e controlou o
surto epidémico, como
garantiu a todos os portugueses
que ninguém
ficasse para trás».
«As instituições privadas
de saúde andaram
à espreita de fazerem
negócio com a saúde
dos portugueses, mas
as dificuldades foram
grandes», avisou Isabel
Gomes, adiantando que
«mesmo para aqueles
que tudo fizeram nos
anteriores governos para denegrir, combater
e enfraquecer o SNS, ficou provado que só um
SNS, mesmo com as debilidades do nosso, foi e
é capaz de salvaguardar a vida dos portugueses».