A Voz dos Reformados - Edição n.º 165 Maio/Junho 2020 | Page 3
Maio/Junho 2020 | A Voz dos Reformados 3
Em foco
Comemorações do 25 de Abril
e do 1.º de Maio marcadas por
ataque a direitos
Este ano, as comemorações
do 25 de
Abril e do 1.º de Maio
ficaram marcadas por
um brutal ataque ao
emprego, direitos e
retribuições dos trabalhadores,
a pretexto
da pandemia por
COVID-19. Em todo o
País não faltam exemplos
de trabalhadores
que estão a cair em
situação de pobreza,
que perderam uma
parte substancial das
suas retribuições, a
começar, desde logo,
pelos cortes nos salários,
que a CGTP-IN
estima atingirem mais
de um milhão de trabalhadores,
e pelo desemprego, que atinge
principalmente os trabalhadores
com vínculos precários (mais de
50 por cento dos inscritos nos
centros de emprego em Março
e Abril).
Segundo a Intersindical, destacam-se
ainda casos de empresas,
em todos os setores, que estão a
violar direitos elementares dos
trabalhadores, desde as questões
de segurança e saúde no trabalho,
à violação do direito às férias, a alterações
unilaterais nos horários
de trabalho, aos abusos e ilegalidades
na utilização do teletrabalho
e à acumulação do regime do
lay-off com a atividade normal e,
em alguns casos, mantendo a sua
atividade subsidiada.
Defender direitos
Em nota divulgada a 27 de Abril,
a Confederação Nacional de Reformados,
Pensionistas e Idosos –
MURPI manifestou «solidariedade
No 1.º de Maio, a CGTP-IN realizou iniciativas em mais de duas dezenas de
localidades do País.
com as lutas dos trabalhadores
na defesa firme dos seus direitos,
dando voz à indignação e às
reivindicações, na denúncia dos
abusos e atropelos que o patronato
impõe, a pretexto da pandemia,
procurando aumentar a
exploração dos trabalhadores».
Expressou, também, o seu «reconhecimento»
pela «ação desenvolvida
por milhares de trabalhadores
do setor da saúde e de todos
os serviços públicos e sociais que
asseguram os serviços de saúde
e a produção de bens e serviços
essenciais».
A propósito do 46.º aniversário do
No 25 de Abril cantou-se, das janelas e varandas, a «Grândola, Vila Morena»
e o Hino Nacional.
a voz dos reformados
Jornal dos Reformados, Pensionistas e Idosos
25 de Abril, o MURPI recordou que
«com Abril foi possível conquistar
importantes direitos, de grande
significado para os reformados,
pensionistas e idosos, designadamente
na Segurança Social, na
habitação, na saúde e na cultura».
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E D I T O R I A L
Reforçar os direitos
dos reformados em
tempos da pandemia
Atravessamos tempos difíceis, de incerteza,
de privação e de ameaça, quanto ao presente
e o futuro, provocada por uma pandemia que
temos de enfrentar, resistir e ultrapassar, com
confiança e determinação, lutando em defesa
dos direitos dos reformados, ao associativismo,
à cultura e ao lazer, à saúde e aos rendimentos.
Sabemos que esta pandemia tem consequências
graves nas áreas económicas e sociais,
atingindo de forma mais dramática aqueles
que menos têm, acentuando as desigualdades
sociais no acesso a bens essenciais. As atividades
das associações dos reformados foram
suspensas temporariamente, o que acarretou
graves prejuízos ao associativismo dos reformados;
algumas das atividades das associações
foram asseguradas com o esforço e dedicação
dos seus dirigentes e trabalhadores, que garantiram,
afincadamente, a continuação do apoio
necessário e essencial aos associados.
Conhecendo as consequências para a saúde
mental do confinamento, do isolamento e do
alarmismo, que tem acompanhado as decisões
das autoridades sanitárias em relação
às pessoas idosas retidas nos lares, o MURPI
soube, em devido tempo, alertar as autoridades,
através de um comunicado, e exigir a
tomada de medidas urgentes para atenuar os
efeitos nefastos para a saúde dos reformados.
A grande festa do MURPI, o Piquenicão Nacional,
que reúne anualmente milhares de reformados
e suas famílias, aprazado para 21 de
Junho, com o apoio da Câmara Municipal de
Alpiarça, teve de ser adiado para 2021. Contudo,
é necessário que, ainda no decurso deste
ano, se encontre uma nova iniciativa que permita
o encontro e o convívio dos reformados,
nas afirmação do direito à cultura e ao lazer.
Dando resposta aos doentes atingidos pela
pandemia, a sobrecarga do Serviço Nacional
de Saúde (SNS) comprometeu a solução aos
problemas de saúde sentidos pelos reformados,
com agravamento das situações clínicas
que vinham sofrendo. Esta situação demonstrou
como importante é ter um SNS robusto,
eficaz e com capacidade de resposta, dotado
de profissionais empenhados e dedicados, e
quão importante é a sua defesa e a exigência
do reforço do seu funcionamento com maior
investimento financeiro, humano e de equipamentos.
A Confederação Nacional de Reformados,
Pensionistas e Idosos – MURPI aprovou o seu
Caderno Reivindicativo para 2020 que contém
muitas medidas importantes, de entre as
quais salientamos o aumento extraordinário
de 10 euros nas pensões e a necessidade de
continuar a defender os direitos, principalmente
nestes tempos de pandemia.
Casimiro Menezes