A Voz dos Reformados - Edição n.º 164 A Voz dos Reformados - Edição n.º 164 | Page 6

6 A Voz dos Reformados | Março/Abril 2020 Março/Abril 2020 | A Voz dos Reformados Saúde Informação Doenças oftalmológicas do idoso O. Alves da Silva * Médico oftalmologista Cerca de 80 por cento da informa- ção sensorial que chega ao nosso cérebro, provinda dos cinco sentidos clássicos, é proveniente do nosso sis- tema visual. Todos temos noção da grande importância que tem a visão. Os olhos do idoso podem ter doen- ças semelhantes às que também se observam nos jovens como, por exemplo, conjuntivite, mas existem doenças que são caraterísticas dos fenómenos de senilidade. A primeira manifestação ligada à idade que costuma surgir é a pres- biopia. Nesta doença a pessoa pode ver excelentemente para longe, mas vê desfocado para perto. Esta doen- ça surge habitualmente entre os 40 e os 45 anos e acontece porque a lente que se encontra dentro do olho, que se chama cristalino, per- de a capacidade de acomodar, não conseguindo ajustar a sua potência para a focagem correspondente à posição de aproximação no objeto. É muito frequente o presbíope usar algumas estratégias para superar as dificuldades de acomodação do seu cristalino. Uma delas é iluminar mais intensamente o objeto, pro- curando zonas de maior claridade e afastar o objecto dos olhos, esti- cando os braços. Mas chega uma altura em que esta estratégia não é suficiente e percebe que é tempo de se deslocar ao oftalmologista para que lhe receite lentes para perto. Visita ao oftalmologista Nesta idade é sempre convenien- te uma visita ao oftalmologista porque é uma idade em que pode surgir glaucoma crónico simples, uma doença silenciosa que, devido à tensão ocular superior ao normal, vai destruindo progressivamente o nervo ótico com consequente dimi- nuição dos campos visuais, perda de contraste e, em situações avançadas, pode conduzir à cegueira. Na maior parte dos casos o glaucoma crónico simples é bem controlado com tratamento farmacológico. Em 7 alguns casos pode ser necessária in- tervenção cirúrgi- ca. Nesta doença é muito importante a deteção precoce porque os danos causados no nervo ótico são irreversí- veis. Existem situa- ções de glaucoma agudo e mesmo glaucoma de ten- são baixa. Outra situação relacionada com a idade é a catarata senil. Trata-se de uma situação clínica em que o cristalino vai opacificando progres- sivamente e a imagem não chega à retina com qualidade. A partir do momento em que a baixa da acui- dade visual daí resultante afeta a atividade do idoso, deve proceder- se à intervenção cirúrgica, emulsi- ficando o cristalino por ultrasons, drenando os fragmentos para o exterior e colocando no seu saco capsular uma lente com potencia previamente calculada. Faz-se ha- bitualmente com anestesia local, sem necessidade de internamento hospitalar e o tempo de intervenção cirúrgica é curto. Na maior parte dos casos o prognóstico é bom. Outra doença relacionada com a idade é a degenerescência macu- lar ligada à idade (DMLA). Nesta doença as células centrais do olho, que são aquelas com maior capaci- dade de visão, entram em degene- rescência e começam a morrer. O idoso olha para a cara do familiar e vê a cara distorcida e no centro uma mancha negra onde nada se distingue. Trata-se de uma situação de mau prognóstico que exige tra- tamento pesado. O tratamento tem evoluído mas as perspetivas de recuperação são li- mitadas. Seis sentidos Associada à visão existe uma outra área em que o oftalmologista tam- À volta do vírus José Miguel Carvalho Médico Situação clínica bém pode intervir se receber trei- no adequado. Aprendemos todos que o homem tem cinco sentidos. Acontece que são pelo menos seis os sentidos que informam o cére- bro. Esse sexto sentido chama-se proprioceção, que é o sentido que informa o cérebro sobre o estado do corpo e a sua relação com o espaço. Este sentido – muito danificado no idoso, limitando a sua quali- dade de vida – deteriora-se com os erros sistemáticos na posição do corpo. Muitas vez o idoso faz fraturas no colo do fémur devido a quedas frequentes. Produz dores musculares que obrigam o idoso a tomas frequentes de medicamentos analgésicos, produz fadiga e limi- tações de movimentos. Atribui-se essa situação à velhice, produz de- sequilíbrios, tonturas e vertigens que fazem pensar em situações de perturbações do ouvido interno e o idoso sente-se na necessidade de tomar frequentemente betahistina e outros medicamentos. Esta situação não necessita de me- dicamentos. É corrigida com umas lentes especiais chamadas prismas ativos à qual se associa uma técnica chamada de reprogramação postu- ral. Estas técnicas corrigem o erro proprioceptivo e o idoso melhora significativamente a sua qualidade de vida. Para manter resultados o idoso deve ser ensinado a corrigir a sua postura no seu dia a dia. * Médico oftalmologista com o grau de chefe de serviço hospitalar MURPI EM MOVIMENTO FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO A tosse, a febre, as dores musculares, sin- tomas da gripe, são também os do coro- navírus; se a gripe por vezes se complica gravemente, este quadro do Covid-19, para além de uma maior contagiosidade, tem mais complicações respiratórias graves. Os cuidados de proteção individual – me- didas de etiqueta respiratória (tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deitar sempre o lenço de papel no lixo) e a lavagem das mãos – são o que devemos fazer sempre que há surtos gripais. O uso de máscaras apenas é ne- cessário para quem está doente ou presta cuidados a indivíduos suspeitos de serem doentes. A especial contagiosidade deste vírus, com características novas, relembra epidemias do passado. No entanto, quando se fazem comparações com a gripe «pneumónica» de 1918, em que houve taxas de mortalidade elevadíssimas, esquece-se que nessa altura nem havia medicação eficaz para baixar a febre, nem todos os meios de tratamento e de proteção de que dispomos hoje. Ao longo das décadas ocorreram outras epidemias virais, de que relembro a gri- pe «asiática» em 1957, já vivenciada por muitos de nós, e que também teve graves consequências em número de doentes e de mortes. Embora não consigamos sempre resolver bem as doenças graves, estamos muito mais avançados do que nesses anos. Já neste século, assistimos a diversos surtos epidé- micos, e com o deste ano vimos um ainda maior impacto social. Se nestas situações é importante cada um ter em atenção os cuidados individuais, já bem conhecidos, e seguir as indicações das autoridades de saúde, é fundamental não embarcar nas perspetivas alarmistas que surgem, e que só acrescentam medos e ansiedade. Os problemas de saúde são para ser resol- vidos pelos serviços de saúde e pelos seus profissionais, e claro, o reforço dos serviços é sempre necessário. Mas há uma parte que é de cada um de nós – a solidariedade para com quem está doente, sabendo que quem adoece não o faz por querer, nem é culpado da doença. As doenças existem e é com o nosso esforço coletivo que podemos aspirar a vencê-las. Reivindicações para 2020 Isabel Gomes, da Direcção Nacional do MURPI, participou, no dia 22 de fevereiro, no aniversário da Associação de Reformados, Pensionistas e Ido- sos (ARPI), em Santa Maria dos Olivais, Lisboa. A iniciativa coincidiu com as festividades do Car- naval. Na sessão, a dirigente destacou algumas das pro- postas do MURPI para 2020, como a reposição da idade de acesso à reforma aos 65 anos; redu- ção das taxas do IVA no gás e eletricidade de 23 para seis por cento, bem como do preço do gás de botija; abolição de todas as taxas moderado- ras; uma rede pública de equipamentos sociais e de serviços de apoio humanizados; direito de as pessoas idosas envelhecerem no local onde cria- ram as suas referências sociais e pessoais; acesso a atividades culturais, desportivas, de partilha de saberes, de lazer e de convívio. CURPI assinala Dia Internacional da Mulher Aniversário de «A Voz do Operário» e do seu jornal No dia 29 de fevereiro, a Confederação MURPI es- teve presente no jantar de comemoração dos 137 anos da Sociedade de Instrução e Beneficência (SIB) «A Voz do Operário», onde foi evocado o jor- nal «A Voz do Operário», que completou 140 anos. Na iniciativa, Isabel Gomes, da Direção do MUR- PI, entregou uma saudação que acentua: «A luta que abraçamos por melhores condições de vida dos reformados, pensionistas e idosos é também abraçado por voz». No texto, «A Voz dos Reforma- dos», jornal do MURPI, saúda a informação «séria, de interesse e de verdade» prestada pelo jornal «A Voz do Operário». O jornal que dá nome à SIB foi fundado em 1879 com o intuito de ser a «voz» dos operários que, trabalhando e vivendo sob condi- ções deploráveis, viam votada a um grande silen- ciamento a sua miserável circunstância. A Comissão Unitária de Reformados, Pensionis- tas e Idosos (CURPI) de São João da Talha aco- lheu, no dia 6 de março, uma sessão-debate para falar do Dia Internacional da Mulher. Bastante participada, a iniciativa contou com a interven- ção de Sandra Benfica, da Direção Nacional do Movimento Democrático de Mulheres (MDM). No local esteve patente a exposição «As mulheres da CURPI» e foram distribuídas flores. Parabéns à Associação de Acção de Reformados do Barreiro a voz dos reformados Jor nal dos Refor mados, Pensionistas e Idosos B O L E T I M D E A S S I N AT U R A A Associação de Ação de Reformados do Barrei- ro (AARB) assinalou, recentemente, o seu 43.º aniversário com uma sessão solene evocativa. A iniciativa contou ainda com a actuação do Grupo e do Coro da associação. No final teve lugar um lanche e cantaram-se os «Parabéns» à AARB. NOME: MORADA: LOCALIDADE: CÓD. POSTAL: TEL./ TELM.: E-MAIL: Jornal Donativo 1 ano 5 € / 2 anos 10 € Renovação Novo € Data O assinante / / O pagamento no ato da assinatura, pode ser feito por vale de correio ou cheque, emitido ao MURPI, para o endereço: RUA OVAR - LT 548, 1 C, 1950-214 LISBOA. Pode, ainda, ser efectuado por transferência bancária 2177 0000 9361 7305 9 , devendo neste caso avisar para o NIB 0035 por e-mail para [email protected]. FARPIBE/MURPI NO DISTRITO DE BEJA R: DOS AÇOUTADOS 18 • 7800-493 BEJA FARPIL/MURPI NO DIST. DE LISBOA R OVAR 548 1 C • 1950-214 LISBOA FARPIP/MURPI NO DISTRITO DO PORTO R DE CONTUMIL BL1 ENT. 724 CV 18 • 4350-130 PORTO FARPIE/MURPI NO DISTRITO DE ÉVORA R DE MACHEDE 53 • 7000-864 ÉVORA- FARPIS/MURPI NO DIST. DE SETÚBAL AV 25 DE ABRIL - EDF MONTE SIÃO TORRE DA MARINHA • 2840-443 SEIXAL FARPILE/MURPI NO DISTRITO DE LEIRIA R 18 DE JANEIRO 13 • 2430-256 MARINHA GRANDE FARPIR/MURPI NO DIST. DE SANTARÉM R DR BERNARDINO MACHADO 17 • 2090-051 ALPIARÇA MURPI • Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos RUA OVAR, 548, 1.º C – 1950-214 LISBOA | Telef. 218 586 081 | [email protected] | www.murpi.pt www-facebook.com/MURPI-Confederação-Nacional-de-Reformados-Pensionistas-e-Idosos