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A Voz dos Reformados | Março/Abril 2020
Março/Abril 2020 | A Voz dos Reformados
Saúde
Informação
Doenças oftalmológicas do idoso
O. Alves da Silva *
Médico oftalmologista
Cerca de 80 por cento da informa-
ção sensorial que chega ao nosso
cérebro, provinda dos cinco sentidos
clássicos, é proveniente do nosso sis-
tema visual. Todos temos noção da
grande importância que tem a visão.
Os olhos do idoso podem ter doen-
ças semelhantes às que também
se observam nos jovens como, por
exemplo, conjuntivite, mas existem
doenças que são caraterísticas dos
fenómenos de senilidade.
A primeira manifestação ligada à
idade que costuma surgir é a pres-
biopia. Nesta doença a pessoa pode
ver excelentemente para longe, mas
vê desfocado para perto. Esta doen-
ça surge habitualmente entre os 40
e os 45 anos e acontece porque a
lente que se encontra dentro do
olho, que se chama cristalino, per-
de a capacidade de acomodar, não
conseguindo ajustar a sua potência
para a focagem correspondente à
posição de aproximação no objeto.
É muito frequente o presbíope usar
algumas estratégias para superar
as dificuldades de acomodação do
seu cristalino. Uma delas é iluminar
mais intensamente o objeto, pro-
curando zonas de maior claridade
e afastar o objecto dos olhos, esti-
cando os braços. Mas chega uma
altura em que esta estratégia não é
suficiente e percebe que é tempo de
se deslocar ao oftalmologista para
que lhe receite lentes para perto.
Visita ao oftalmologista
Nesta idade é sempre convenien-
te uma visita ao oftalmologista
porque é uma idade em que pode
surgir glaucoma crónico simples,
uma doença silenciosa que, devido
à tensão ocular superior ao normal,
vai destruindo progressivamente o
nervo ótico com consequente dimi-
nuição dos campos visuais, perda de
contraste e, em situações avançadas,
pode conduzir à cegueira.
Na maior parte dos casos o glaucoma
crónico simples é bem controlado
com tratamento farmacológico. Em
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alguns casos pode
ser necessária in-
tervenção cirúrgi-
ca. Nesta doença é
muito importante
a deteção precoce
porque os danos
causados no nervo
ótico são irreversí-
veis. Existem situa-
ções de glaucoma
agudo e mesmo
glaucoma de ten-
são baixa.
Outra situação relacionada com
a idade é a catarata senil. Trata-se
de uma situação clínica em que o
cristalino vai opacificando progres-
sivamente e a imagem não chega à
retina com qualidade. A partir do
momento em que a baixa da acui-
dade visual daí resultante afeta a
atividade do idoso, deve proceder-
se à intervenção cirúrgica, emulsi-
ficando o cristalino por ultrasons,
drenando os fragmentos para o
exterior e colocando no seu saco
capsular uma lente com potencia
previamente calculada. Faz-se ha-
bitualmente com anestesia local,
sem necessidade de internamento
hospitalar e o tempo de intervenção
cirúrgica é curto. Na maior parte dos
casos o prognóstico é bom.
Outra doença relacionada com a
idade é a degenerescência macu-
lar ligada à idade (DMLA). Nesta
doença as células centrais do olho,
que são aquelas com maior capaci-
dade de visão, entram em degene-
rescência e começam a morrer. O
idoso olha para a cara do familiar
e vê a cara distorcida e no centro
uma mancha negra onde nada se
distingue. Trata-se de uma situação
de mau prognóstico que exige tra-
tamento pesado.
O tratamento tem evoluído mas as
perspetivas de recuperação são li-
mitadas.
Seis sentidos
Associada à visão existe uma outra
área em que o oftalmologista tam-
À volta do vírus
José Miguel Carvalho
Médico
Situação clínica
bém pode intervir se receber trei-
no adequado. Aprendemos todos
que o homem tem cinco sentidos.
Acontece que são pelo menos seis
os sentidos que informam o cére-
bro. Esse sexto sentido chama-se
proprioceção, que é o sentido que
informa o cérebro sobre o estado do
corpo e a sua relação com o espaço.
Este sentido – muito danificado
no idoso, limitando a sua quali-
dade de vida – deteriora-se com
os erros sistemáticos na posição
do corpo. Muitas vez o idoso faz
fraturas no colo do fémur devido
a quedas frequentes. Produz dores
musculares que obrigam o idoso a
tomas frequentes de medicamentos
analgésicos, produz fadiga e limi-
tações de movimentos. Atribui-se
essa situação à velhice, produz de-
sequilíbrios, tonturas e vertigens
que fazem pensar em situações de
perturbações do ouvido interno e
o idoso sente-se na necessidade de
tomar frequentemente betahistina
e outros medicamentos.
Esta situação não necessita de me-
dicamentos. É corrigida com umas
lentes especiais chamadas prismas
ativos à qual se associa uma técnica
chamada de reprogramação postu-
ral. Estas técnicas corrigem o erro
proprioceptivo e o idoso melhora
significativamente a sua qualidade
de vida. Para manter resultados o
idoso deve ser ensinado a corrigir
a sua postura no seu dia a dia.
* Médico oftalmologista
com o grau de chefe de serviço hospitalar
MURPI EM MOVIMENTO
FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO
A tosse, a febre, as dores musculares, sin-
tomas da gripe, são também os do coro-
navírus; se a gripe por vezes se complica
gravemente, este quadro do Covid-19, para
além de uma maior contagiosidade, tem
mais complicações respiratórias graves.
Os cuidados de proteção individual – me-
didas de etiqueta respiratória (tapar o nariz
e a boca quando espirrar ou tossir, com um
lenço de papel ou com o antebraço, nunca
com as mãos, e deitar sempre o lenço de
papel no lixo) e a lavagem das mãos – são
o que devemos fazer sempre que há surtos
gripais. O uso de máscaras apenas é ne-
cessário para quem está doente ou presta
cuidados a indivíduos suspeitos de serem
doentes.
A especial contagiosidade deste vírus, com
características novas, relembra epidemias
do passado. No entanto, quando se fazem
comparações com a gripe «pneumónica» de
1918, em que houve taxas de mortalidade
elevadíssimas, esquece-se que nessa altura
nem havia medicação eficaz para baixar a
febre, nem todos os meios de tratamento e
de proteção de que dispomos hoje.
Ao longo das décadas ocorreram outras
epidemias virais, de que relembro a gri-
pe «asiática» em 1957, já vivenciada por
muitos de nós, e que também teve graves
consequências em número de doentes e
de mortes.
Embora não consigamos sempre resolver
bem as doenças graves, estamos muito mais
avançados do que nesses anos. Já neste
século, assistimos a diversos surtos epidé-
micos, e com o deste ano vimos um ainda
maior impacto social.
Se nestas situações é importante cada um
ter em atenção os cuidados individuais,
já bem conhecidos, e seguir as indicações
das autoridades de saúde, é fundamental
não embarcar nas perspetivas alarmistas
que surgem, e que só acrescentam medos
e ansiedade.
Os problemas de saúde são para ser resol-
vidos pelos serviços de saúde e pelos seus
profissionais, e claro, o reforço dos serviços
é sempre necessário.
Mas há uma parte que é de cada um de
nós – a solidariedade para com quem está
doente, sabendo que quem adoece não o
faz por querer, nem é culpado da doença.
As doenças existem e é com o nosso esforço
coletivo que podemos aspirar a vencê-las.
Reivindicações para 2020
Isabel Gomes, da Direcção Nacional do MURPI,
participou, no dia 22 de fevereiro, no aniversário
da Associação de Reformados, Pensionistas e Ido-
sos (ARPI), em Santa Maria dos Olivais, Lisboa. A
iniciativa coincidiu com as festividades do Car-
naval.
Na sessão, a dirigente destacou algumas das pro-
postas do MURPI para 2020, como a reposição
da idade de acesso à reforma aos 65 anos; redu-
ção das taxas do IVA no gás e eletricidade de 23
para seis por cento, bem como do preço do gás
de botija; abolição de todas as taxas moderado-
ras; uma rede pública de equipamentos sociais e
de serviços de apoio humanizados; direito de as
pessoas idosas envelhecerem no local onde cria-
ram as suas referências sociais e pessoais; acesso
a atividades culturais, desportivas, de partilha de
saberes, de lazer e de convívio.
CURPI assinala
Dia Internacional da Mulher
Aniversário de «A Voz do
Operário» e do seu jornal
No dia 29 de fevereiro, a Confederação MURPI es-
teve presente no jantar de comemoração dos 137
anos da Sociedade de Instrução e Beneficência
(SIB) «A Voz do Operário», onde foi evocado o jor-
nal «A Voz do Operário», que completou 140 anos.
Na iniciativa, Isabel Gomes, da Direção do MUR-
PI, entregou uma saudação que acentua: «A luta
que abraçamos por melhores condições de vida
dos reformados, pensionistas e idosos é também
abraçado por voz». No texto, «A Voz dos Reforma-
dos», jornal do MURPI, saúda a informação «séria,
de interesse e de verdade» prestada pelo jornal «A
Voz do Operário». O jornal que dá nome à SIB foi
fundado em 1879 com o intuito de ser a «voz» dos
operários que, trabalhando e vivendo sob condi-
ções deploráveis, viam votada a um grande silen-
ciamento a sua miserável circunstância.
A Comissão Unitária de Reformados, Pensionis-
tas e Idosos (CURPI) de São João da Talha aco-
lheu, no dia 6 de março, uma sessão-debate para
falar do Dia Internacional da Mulher. Bastante
participada, a iniciativa contou com a interven-
ção de Sandra Benfica, da Direção Nacional do
Movimento Democrático de Mulheres (MDM).
No local esteve patente a exposição «As mulheres
da CURPI» e foram distribuídas flores.
Parabéns à Associação
de Acção de Reformados
do Barreiro
a voz dos reformados
Jor nal dos Refor mados, Pensionistas e Idosos
B O L E T I M D E A S S I N AT U R A
A Associação de Ação de Reformados do Barrei-
ro (AARB) assinalou, recentemente, o seu 43.º
aniversário com uma sessão solene evocativa. A
iniciativa contou ainda com a actuação do Grupo
e do Coro da associação. No final teve lugar um
lanche e cantaram-se os «Parabéns» à AARB.
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