“A TUA FÉ TE SALVOU” A tua fé te salvou - ebook | Page 55
de trânsito, mas a sensação de pernas bambas e coração acelerado
não passa em uma ou duas horas. E, deve perdurar por dias, meses
e até anos porque a cada oportunidade que se tem de acordar elas
revivem aquela triste notícia, com certeza é tão triste quanto os
casos de violência diária que vemos na tevê.
A primeira pergunta que a Katia se fez e inclusive o seu pró-
prio psicoterapeuta endossou foi: “Essa doença, é amiga ou ini-
miga?” Ela própria responde: “A doença é um carteiro, ela vem te
bater à porta para trazer uma mensagem, a partir do momento em
que você pega aquela mensagem, lê e internaliza e resolve seguir o
que está ali sugerido não tem porque esse carteiro permanecer na
sua porta, e também não adianta você ficar com raiva do carteiro,
que é quando ficamos com raiva da doença, pois ela não é inimiga,
ela é uma amiga que veio te mostrar que tem alguma coisa que
precisa ser melhorada”, explica Kátia.
Aqui encontro o meu papel de jornalista, quando me afasto
das minhas deduções e me proponho a ouvir a mensagem de mi-
nhas fontes. Essa experiencia me faz capaz de construir sempre
uma reportagem mais coerente e fiel a verdade.
Para a pergunta “O que te curou?”, cada personagem com
quem eu conversei tinha uma resposta convincente. No caso de
Gilvana, por exemplo, foi em meio a dor da descoberta do cân-
cer, ainda com o resultado em mãos, ela saiu pela rua sem rumo
e de longe avistou uma pequena igreja evangélica. Ali ela entrou
em meio a um choro interminável, se posicionou em um canto do
templo e permaneceu até o final do culto. Já no final, segundo ela,
o pastor disse: “O senhor me mostra duas mulheres com problema
na mama, e em uma delas o câncer já se manifestou. Quem são
essas pessoas? Quero que venha aqui na frente porque o Senhor
quer te curar”.
“Eu me apeguei com tanta força naquela palavra de cura
que eu sai do meu banco em direção ao altar, e eu engatinhava
pelo chão da igreja de tanto que eu chorava. Mas naquela hora
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