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a história das máquinas
Importados
versus nacionais
Mercedes-Benz, primeira fábrica de caminhões
com motor nacional, até hoje um dos líderes
em veículos de grande porte. À direita, chassi
do modelo 500 M Buggy. Na página seguinte, linha de produção do modelo Accelo
Nesse contexto, na Era Vargas o país encara também o desafio da produção nacional de
máquinas e motores. Um ambicioso primeiro
passo foi a fundação da Fábrica Nacional de
Motores, em 1942, em Xerém, Rio de Janeiro,
concebida para produzir motores de aviação.
Com o fim da guerra, a necessidade diminuiu,
e a planta passou a produzir caminhões. A
indústria buscou licença com a italiana Isotta
Fraschini e começou a fabricar, entre 1949 e
1950, os caminhões FNM 9.500 – com 30% de
componentes nacionais.
No pós-guerra, uma farra de importações
rapidamente esgotou as grandes reservas cambiais acumuladas durante o conflito. O país
passou a trazer carros, freneticamente e de todas as marcas. Foi aí que Vargas mais uma vez
tenta mudar o rumo das coisas. Com o objetivo de estancar o sangramento de divisas, cria a
Subcomissão de Tratores, Caminhões e Automóveis.
A idéia de atrair investidores estrangeiros para
a abertura de fábricas no Brasil foi um sucesso.
Em 1951, começam os estudos para a instalação
da Mercedes-Benz. Em 1952, são fundadas a
Willys e a Vemag. Em 1953, é a vez da Volks.
Ford e GM também iniciam a construção de
plantas.
O maior estímulo para a indústria nacional
vem nesse ano, quando Vargas proíbe a importação de veículos montados e exige nacionalização cada vez maior de peças.
Em 1955, a Mercedes instala em São Bernardo do Campo a primeira fábrica de caminhões
com motor nacional. Na inauguração, o presidente Juscelino Kubitschek dirigiu o L-312,
o Torpedo, primeiro caminhão fabricado aqui
pela empresa. A partir de 1958, a produção da
Mercedes se intensifica para atender à crescente demanda, a tecnologia avança, os processos
construtivos se modernizam. A linha de montagem fabrica o O-321 H, que trouxe para o