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a história das máquinas
Uma política
industrializante
Nos anos 1930, também foram criadas leis e
órgãos essenciais para regulamentar a nascente
industrialização no país. Em 1934, por exemplo, o Conselho Federal de Comércio Exterior
viria a definir as ações de órgãos públicos para
instalação de indústrias de insumos básicos.
Em 1937, a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil surgia para financiar máquinas e equipamentos, reforçando a
implantação de indústrias de insumos.
Por meio do Banco do Brasil, Vargas também
decretou o primeiro pacote de fundos públicos
para dar suporte direto à criação de fábricas
em setores estratégicos. O valor, 150 milhões
de dólares, representava dez vezes a conta de
importação de ferro e aço. Da verba, surgiram
mais iniciativas, como a empresa Klabin em
Monte Alegre, Paraná – nossa primeira fábrica
de papel para a imprensa –, as instalações para
reparos navais no Rio de Janeiro, investimentos
em minas de carvão mineral e fábricas destinadas à fabricação de bens de consumo.
Getúlio Vargas teve papel importante na
industrialização do País, tomando várias
medidas que procuravam proteger e incentivar
a indústria e a mão-de-obra nacional
O esforço conjunto de empreendedores e governo resultou em anos seguidos de crescimento na casa de 8%, e empregos de qualidade não
paravam de surgir. Criados que foram em 1930,
o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e a cartilha da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) datam também da chamada
Era Vargas.
Com tais iniciativas, Vargas operava uma hábil e decisiva mudança no âmbito da política
interna. Neutralizou o poder das oligarquias
tradicionais, que representavam os interesses
agrário-comerciais, e adotou uma política industrializante, regulamentando o mercado de
trabalho urbano e dirigindo investimentos estatais para a indústria de base.
Foram também criadas grandes restrições à
entrada de imigrantes, estimulando e valorizando a mão-de-obra nacional, bastante disponível,
aliás, em função dos movimentos migratórios
nordestinos e do êxodo rural para o eixo Rio–
São Paulo motivado pela decadência do café.
Klabin, maior produtora e exportadora
de papéis do Brasil e líder no mercado
de papel e cartão para embalagem,
embalagem de papelão ondulado e
sacos industriais, é também a maior
recicladora de papéis da América do Sul