A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 54

Desde que o barão de Mauá inaugurou a primeira ferrovia, o Brasil foi, entre altos e baixos, encontrando o caminho da industrialização e o pleno emprego das máquinas. De modestas garagens foram surgindo grandes empresas, de Volta Redonda veio o aço, o petróleo tornou-se cada vez mais nosso e a presença estrangeira contribuiu para inspirar uma tecnologia própria. O Brasil e as Máquinas, do Império à Era Vargas no embalo das primeiras ferrovias Depois de 300 anos como país essencialmente agrícola, no início do século xix o Brasil começa a dar os primeiros passos na direção de uma indústria nacional. Como a máquina a vapor deflagrou a Revolução Industrial, também aqui as primeiras ferrovias vieram colocar o país nos trilhos do desenvolvimento. O grande nome dessa arrancada é Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, banqueiro e empresário gaúcho, dono da Imperial Companhia de Navegação a Vapor e da Estrada de Ferro Petrópolis. Foi ele o responsável pela construção, em 1854, da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro de Mauá, que ligava o Porto de Estrela, na Baía de Guanabara, a Fragoso, no caminho de Petrópolis. Sua coragem foi exemplar. Logo surgiram as ferrovias ligando o Recife ao São Francisco (1858); a Estrada de Ferro Dom Pedro ii (1858), no Rio de Janeiro; a Paranaguá–Curitiba (1877), no Paraná. E assim nossa malha ferroviária foi crescendo. Uma variante trágica: entre 1907 e 1912, foi construída, em plena Floresta Amazônica, a fatídica Estrada de Ferro Madeira–Mamoré, que o Brasil foi obrigado a construir como forma de pagamento pela incorporação do Acre. A função da ferrovia seria transportar o látex produzido na região norte da Bolívia, mas em poucos anos foi tragada pela floresta. A força das primeiras ferrovias impulsionou o crescimento. Resfolegando, aquelas bravas e