Desde que o barão de Mauá inaugurou a primeira ferrovia, o Brasil foi, entre altos e
baixos, encontrando o caminho da industrialização e o pleno emprego das máquinas.
De modestas garagens foram surgindo grandes empresas, de Volta Redonda veio o
aço, o petróleo tornou-se cada vez mais nosso e a presença estrangeira contribuiu para
inspirar uma tecnologia própria.
O Brasil e as Máquinas, do Império à Era Vargas
no embalo das
primeiras ferrovias
Depois de 300 anos como país essencialmente
agrícola, no início do século xix o Brasil começa a dar os primeiros passos na direção de uma
indústria nacional. Como a máquina a vapor
deflagrou a Revolução Industrial, também aqui
as primeiras ferrovias vieram colocar o país nos
trilhos do desenvolvimento. O grande nome
dessa arrancada é Irineu Evangelista de Souza,
o barão de Mauá, banqueiro e empresário gaúcho, dono da Imperial Companhia de Navegação a Vapor e da Estrada de Ferro Petrópolis.
Foi ele o responsável pela construção, em 1854,
da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de
Ferro de Mauá, que ligava o Porto de Estrela,
na Baía de Guanabara, a Fragoso, no caminho
de Petrópolis.
Sua coragem foi exemplar. Logo surgiram
as ferrovias ligando o Recife ao São Francisco (1858); a Estrada de Ferro Dom Pedro ii
(1858), no Rio de Janeiro; a Paranaguá–Curitiba (1877), no Paraná. E assim nossa malha ferroviária foi crescendo. Uma variante trágica:
entre 1907 e 1912, foi construída, em plena Floresta Amazônica, a fatídica Estrada de Ferro
Madeira–Mamoré, que o Brasil foi obrigado a
construir como forma de pagamento pela incorporação do Acre. A função da ferrovia seria
transportar o látex produzido na região norte
da Bolívia, mas em poucos anos foi tragada
pela floresta.
A força das primeiras ferrovias impulsionou
o crescimento. Resfolegando, aquelas bravas e