Máquinas, Máquinas, Do Vapor ao Computador
Máquinas minúsculas, do tamanho de um
vírus? São as nanomáquinas, produto da nanotecnologia, que manipula e reorganiza átomos
e moléculas para promover combinações e, com
isso, gerar novos produtos. Uma novidade que
está transformando a medicina, a agricultura e
até mesmo a indústria.
A palavra nanotecnologia foi usada pela primeira vez em 1974 pelo professor Norio Taniguchi para descrever as tecnologias que permitiam
a construção de matérias à escala minúscula de
1 nanômetro. Para termo de comparação, 1 nanômetro equivale a um bilionésimo de metro.
No diâmetro de um fio de cabelo, por exemplo,
cabem 100.000 nanômetros.
Nos anos 1980, o conceito de nanotecnologia
foi popularizado por Eric Drexler com a publicação do livro Engines of Creation. Apesar de
especulações muito próximas da ficção científica, o livro baseou-se nas idéias desenvolvidas
quando Drexler trabalhava como cientista no
MIT. Ele foi o primeiro pesquisador do mundo
a doutorar-se em nanotecnologia.
De lá para cá, as aplicações práticas da nanotecnologia têm sido testadas em diversas
áreas e em todas se mostrado promissoras.
Muitos produtos hoje consumidos já adotam
a nanotecnologia.
Na indústria, a nanotecnologia pode ser útil
nos setores mais diversos. No segmento au-
tomobilístico e aeronáutico, por exemplo, as
nanomáquinas ajudam no desenvolvimento
de materiais mais leves, pneus mais duráveis,
plásticos mais baratos. No caso da indústria
de máquinas, propicia o desenvolvimento de
ferramentas de corte mais duras, materiais
mais resistentes. Já para o setor têxtil, fala-se
no desenvolvimento de tecidos impermeáveis,
em roupas que não mancham. São mudanças
possíveis nos materiais, justamente, porque
os cientistas reorganizam as moléculas como
quem encaixa bloquinhos de madeira – como
o Lego – e criam novas funções para materiais conhecidos.
Na medicina, a expectativa com a nanotecnologia também é grande. Novos medicamentos
poderão ser desenvolvidos baseados em nanoestrutura. No tratamento de câncer, por exemplo, os testes estão avançando. Os cientistas
já conseguem levar partículas diretamente às
células tumorais. A idéia é construir máquinas
moleculares ativas e controláveis que possam
consertar as células danificadas pela doença.
Outra novidade do mundo nano são os carros, ou melhor, os nanocarros. O primeiro foi
desenvolvido no final do ano passado por um
grupo de cientistas da Universidade de Rice,
nos EUA. O carro foi construído com uma
única molécula. As rodas são moléculas esféricas de carbono, hidrogênio e boro. Mas o
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E agora, as
nanomáquinas