A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 128

128 a história das máquinas Einar Kok, as primeiras Câmaras Em novembro de 1959, é realizada a primeira Feira da Mecânica Nacional, no Parque do Ibirapuera. O evento serviu para conscientizar os empresários brasileiros de que a indústria nacional era forte, que podia e sabia fabricar máquinas. Na feira só eram exibidos produtos nacionais. Os empresários estrangeiros só poderiam expor protótipos de máquinas que, no futuro, pretendiam produzir no Brasil. Essa postura severa, depois amenizada, foi importante para estabelecer limites e valorizar a feira. Desde as primeiras edições, a Feira Mecânica se consolidou como o principal evento do setor de bens de capital do país. A Feira Mecânica foi um evento pioneiro, organizado pela Alcântara Machado, que convidou o Simesp para uma parceria na organização e patrocínio. Na época, a cultura das grandes feiras ainda não estava disseminada no país. O presidente do Sindicato na época era Einar Kok. Eleito em 1958 e reeleito até 1983, ele esteve à frente da entidade por 25 anos. Tinha como grande bandeira assegurar maior participação da indústria nacional no mercado de máquinas. Durante sua gestão, a entidade deu passos importantes. É mérito de Kok agregar ao Simesp vários outros setores da indústria de máquinas. Um fato lembrado com orgulho: em 1958, quando foi criada a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas-Ferramenta (Abimaf) e a indús- tria de máquinas corria o risco de se dividir em vários fragmentos, Kok chamou os empresários do setor para uma conversa e os convenceu a integrar o Simesp. Surgiram então as primeiras Câmaras da Abimaf, respectivamente a de Máquinas Têxteis, congregando os fundadores da casa e a de Máquinas-Ferramenta. Kok conseguiu mostrar que as reivindicações de um setor da indústria podiam estender-se aos outros, pois todos, no fundo, eram bens de capital. Dessa forma, eram poucos os pleitos individualizados. Uma reivindicação que iria atender aos interesses de um fabricante de máquinas da indústria gráfica também terminaria atendendo às necessidades do segmento de máquinas têxteis ou do setor de plástico. A palavra mais celebrada na entidade era uma só: união. Kok a usou também para conter os conflitos internos do Sindicato, que eram, de certa forma, curiosos. O pequeno empresário ficava ressabiado com o grande, o que contava com a participação estrangeira olhava meio de lado para o que era inteiramente nacional. O grande desafio da entidade foi harmonizar todos os grupos e interesses. As câmaras setoriais eram inicialmente chamados de Departamentos Nacionais. Dentro do propósito e arte de convencer os empresários de diferentes setores da indústria de máquinas a se associar, Kok propôs a criação de novos