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a história das máquinas
Einar Kok,
as primeiras
Câmaras
Em novembro de 1959, é realizada a primeira Feira da Mecânica Nacional, no Parque do
Ibirapuera. O evento serviu para conscientizar
os empresários brasileiros de que a indústria
nacional era forte, que podia e sabia fabricar
máquinas. Na feira só eram exibidos produtos
nacionais. Os empresários estrangeiros só poderiam expor protótipos de máquinas que, no
futuro, pretendiam produzir no Brasil. Essa
postura severa, depois amenizada, foi importante para estabelecer limites e valorizar a feira.
Desde as primeiras edições, a Feira Mecânica
se consolidou como o principal evento do setor
de bens de capital do país.
A Feira Mecânica foi um evento pioneiro, organizado pela Alcântara Machado, que convidou o Simesp para uma parceria na organização
e patrocínio. Na época, a cultura das grandes
feiras ainda não estava disseminada no país.
O presidente do Sindicato na época era Einar
Kok. Eleito em 1958 e reeleito até 1983, ele esteve
à frente da entidade por 25 anos. Tinha como
grande bandeira assegurar maior participação
da indústria nacional no mercado de máquinas.
Durante sua gestão, a entidade deu passos importantes. É mérito de Kok agregar ao Simesp
vários outros setores da indústria de máquinas.
Um fato lembrado com orgulho: em 1958, quando foi criada a Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas-Ferramenta (Abimaf) e a indús-
tria de máquinas corria o risco de se dividir em
vários fragmentos, Kok chamou os empresários
do setor para uma conversa e os convenceu a integrar o Simesp. Surgiram então as primeiras
Câmaras da Abimaf, respectivamente a de Máquinas Têxteis, congregando os fundadores da
casa e a de Máquinas-Ferramenta.
Kok conseguiu mostrar que as reivindicações
de um setor da indústria podiam estender-se
aos outros, pois todos, no fundo, eram bens de
capital. Dessa forma, eram poucos os pleitos
individualizados. Uma reivindicação que iria
atender aos interesses de um fabricante de máquinas da indústria gráfica também terminaria
atendendo às necessidades do segmento de máquinas têxteis ou do setor de plástico.
A palavra mais celebrada na entidade era
uma só: união. Kok a usou também para conter
os conflitos internos do Sindicato, que eram, de
certa forma, curiosos. O pequeno empresário
ficava ressabiado com o grande, o que contava
com a participação estrangeira olhava meio de
lado para o que era inteiramente nacional. O
grande desafio da entidade foi harmonizar todos os grupos e interesses.
As câmaras setoriais eram inicialmente chamados de Departamentos Nacionais. Dentro
do propósito e arte de convencer os empresários
de diferentes setores da indústria de máquinas
a se associar, Kok propôs a criação de novos