A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 100

100 a história das máquinas Weg, de Jaraguá para o mundo Mas a história da Weg, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, talvez seja o melhor exemplo do quanto o talento e a coragem de empreender podem sobrepor-se às turbulências de uma época. No começo da década de 1960, o funcionário de uma empresa de escapamentos da região de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Eggon João da Silva, soube que um amigo estava tendo dificuldades com os motores que trazia de São Paulo para o frigorífico. Eggon, outro mecânico, Geraldo Werninghaus, e um eletricista, Werner Ricardo Voigt, montaram uma fábrica de motores, Weg, que em alemão quer dizer caminho. De um motorzinho para refrigerador e capital de 11.000 dólares nascia uma empresa que, nos primeiros três meses, fabricava 146 motores e viu que tinha um grande caminho pela frente. De 1961 até 1970, o número de funcionários da Weg salta de nove para 409; e a produção pula de 146 para 45.560 motores. Na década de 1970, a empresa começa a exportar. E não pára de crescer: em 1972, montam uma fundição e, em 1973, ampliam ainda mais o parque fabril. Em 1980, já são 3.542 funcionários e 971.000 as máquinas produzidas. No começo da década de 1980, a Weg enfrenta turbulências, as vendas despencam e surge a idéia de diversificar. Nasce a Weg Máquinas, para produzir máquinas elétricas de grande porte para segmentos como mineração, petroquímica, usinas, papel e celulose. A empresa compra também uma fábrica de tintas e investe em reflorestamento para uso próprio – já que a madeira é muito utilizada na produção de motores. Uma estratégia feliz: os anos 1990 ficaram marcados pela instalação de filiais em outros países; e a década de 2000 pela instalação das fábricas nos principais blocos comerciais. Hoje são 15.000 funcionários, 11.000 só na unidade principal de Jaraguá do Sul, e 2.000 fora do país. São 9 milhões de motores por ano, de 30.000 tipos diferentes. O sucesso da Weg é resultado de investimento em pessoas e tecnologia e de uma bem definida estratégia de longo prazo. Isso em todos os momentos da história. Um exemplo claro: já em 1968, a empresa investia num Centro de Treinamento, apostava na mão-de-obra local. A Weg também tem programa de participação nos lucro para os funcionários. Chegou nos anos 1990 com distribuição de 12,5% do lucro para todos os funcionários, em cotas proporcionais ao salário de cada um. A companhia também aposta nas exportações, que trouxeram, além de dólares, uma experiência muito enriquecedora: clientes mais exigentes, mercados mais sofisticados e concorrentes de peso. O processo começou em 1970, e,