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a história das máquinas
Weg, de Jaraguá
para o mundo
Mas a história da Weg, em Jaraguá do Sul,
Santa Catarina, talvez seja o melhor exemplo
do quanto o talento e a coragem de empreender podem sobrepor-se às turbulências de uma
época. No começo da década de 1960, o funcionário de uma empresa de escapamentos da região de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Eggon
João da Silva, soube que um amigo estava tendo dificuldades com os motores que trazia de
São Paulo para o frigorífico.
Eggon, outro mecânico, Geraldo Werninghaus, e um eletricista, Werner Ricardo Voigt,
montaram uma fábrica de motores, Weg, que
em alemão quer dizer caminho. De um motorzinho para refrigerador e capital de 11.000
dólares nascia uma empresa que, nos primeiros
três meses, fabricava 146 motores e viu que tinha um grande caminho pela frente.
De 1961 até 1970, o número de funcionários
da Weg salta de nove para 409; e a produção
pula de 146 para 45.560 motores. Na década de
1970, a empresa começa a exportar. E não pára
de crescer: em 1972, montam uma fundição e,
em 1973, ampliam ainda mais o parque fabril.
Em 1980, já são 3.542 funcionários e 971.000 as
máquinas produzidas.
No começo da década de 1980, a Weg enfrenta turbulências, as vendas despencam e surge a
idéia de diversificar. Nasce a Weg Máquinas,
para produzir máquinas elétricas de grande
porte para segmentos como mineração, petroquímica, usinas, papel e celulose.
A empresa compra também uma fábrica de
tintas e investe em reflorestamento para uso
próprio – já que a madeira é muito utilizada
na produção de motores. Uma estratégia feliz:
os anos 1990 ficaram marcados pela instalação
de filiais em outros países; e a década de 2000
pela instalação das fábricas nos principais blocos comerciais.
Hoje são 15.000 funcionários, 11.000 só na
unidade principal de Jaraguá do Sul, e 2.000
fora do país. São 9 milhões de motores por ano,
de 30.000 tipos diferentes.
O sucesso da Weg é resultado de investimento em pessoas e tecnologia e de uma bem definida estratégia de longo prazo. Isso em todos
os momentos da história. Um exemplo claro:
já em 1968, a empresa investia num Centro de
Treinamento, apostava na mão-de-obra local.
A Weg também tem programa de participação nos lucro para os funcionários. Chegou nos
anos 1990 com distribuição de 12,5% do lucro
para todos os funcionários, em cotas proporcionais ao salário de cada um.
A companhia também aposta nas exportações, que trouxeram, além de dólares, uma
experiência muito enriquecedora: clientes mais
exigentes, mercados mais sofisticados e concorrentes de peso. O processo começou em 1970, e,